3 estratégias para ganhar controlo sobre o seu tempo

Tempo de Leitura: 4 min

Deixe-me contar-lhe uma história sobre o essencial e o trivial.
As personagens são um moribundo e um grupo de pessoas numa caravana.
Um homem perdeu-se no deserto. Aos poucos foi desidratando até ficar sedento e moribundo. Quando já perdia toda a esperança de poder salvar-se surgiu uma caravana de pessoas que, rapidamente, se abeiraram do homem moribundo, e este pediu-lhes, de imediato: “água, água, por favor”.
Perante este pedido as pessoas que o rodeavam começaram por questionar-se como quereria o homem que lhe servissem a água. A que temperatura lhe deveriam dar a água? Deveria ser salobra ou não? Deveria ser dada num copo de cristal ou numa taça? Taça de ouro ou cobre? Seria o homem de posses e ficaria ofendido? Ou será que seria melhor beber directo dos cantis dos cameleiros?
Enquanto todos se debatiam com estas questões, sobre como deveriam servir a água, ninguém reparou que o moribundo soltava o seu último suspiro.

Assim é a nossa vida tantas vezes. Perdidos em questões, perdemos o essencial.
Sabia que a prática de Mindfulness regular lhe permite estar mais presente para o seu dia-a-dia e, desta forma, focar-se no essencial e ganhar tempo?

[h5]1. Sinta o que está a fazer no momento[/h5]

É perfeitamente natural que nossa mente esteja a vaguear ao longo do dia. Provavelmente, o que não reparamos é que ao vaguear, nós perdemo-nos. Perdemo-nos em histórias, em antecipações, em pensamentos sobre o que não controlamos. Digamos então que o tempo que se perde nas suas deambulações é tempo psicológico. Já viu que num minuto de relógio, um minuto de vida pode-se perder em tempo psicológico sobre algo que nunca vai viver? Reclame tempo para si saindo da sua cabeça e ligando-se à sua vida!
Se notar que está perdido em pensamentos procure utilizar os sons à sua volta para se conectar com o mundo que o rodeia, no momento presente. Inspire e expire e repare nos sons mais distantes… nos que estão mais próximos de si… no espaço entre os sons. Note aqueles que são mais audíveis e os que são mais silenciosos. Agora que reconhece o mundo sonoro à sua volta repare na postura do seu corpo, à medida que nota o movimento da respiração, e a sequência de sons que se sucedem. Está ligado ao momento presente.

[h5]2. Medite regularmente para se focar no essencial[/h5]

A prática de Mindfulness permite-lhe conhecer os seus padrões automáticos de funcionamento, perceber porque evita com determinadas situações ou porque se irrita mesmo quando não quer… Parece simplista que através de alguns minutos de atenção à sua respiração consiga ficar mais claro o que é essencial para si. Na realidade, alguns minutos de respiração, com atenção plena, somados ao longo de vários meses dar-lhe-ão uma capacidade de observação sobre si que nunca teve respondendo às situações de forma menos automática.
Quando estiver perante uma situação que o esteja a pressionar, durante 3 minutos foque a sua atenção na respiração, na qualidade das sensações da respiração no abdómen. Na forma como este se movimente quando inspira e expira – se surgirem “distracções” não tem qualquer problema, repare que elas surgem e deixe-as ir – vá notando como o seu corpo é suavemente movimentado pelo processo natural da respiração. Note então como é agora o seu olhar sobre a situação. Será que nota algo de diferente? Será que existe alguma novidade na abordagem à situação? Como é para si a reacção que importa neste momento? Qual a diferença entre esta ou a resposta automática que daria se não tivesse prestado atenção ao seu processo interno?

[h5]3. Descubra quanto a sua mente está enublada[/h5]

A razão pela qual grande parte nas nossas respostas é automática resulta do nosso funcionamento em piloto automático. Ou seja, temos preconceitos, julgamentos, formas de ver o mundo que o distorcem e nos fazem ter uma percepção, pensamento e reacção distorcidas. Estas são mais resultado do nosso mundo interno do que uma verdadeira reacção ao que nos rodeia.
Assim, as pessoas que nos rodeiam, as situações que nos desafiam e os resultados das nossas acções são muitas vezes catalogados e as emoções que sentimos sobre os mesmos, são um resultado do lugar que ocupam neste catálogo mental. Mas a nossa mente não é realidade.
É apenas um espelho distorcido da realidade. Quer continuar a guiar a sua vida por um espelho que não lhe dá o tempo que precisa?
Sempre que notar um pensamento (que lhe pareça um julgamento) procure notar, deixá-lo ir e regressar com a sua atenção à situação como ela é.

Para estar presente momento-a-momento, aprender a viver com maior serenidade, informo-o ainda que, na Oficina de Psicologia, elaborámos o Programa ExperiMente Mindfulness que, ao longo dos últimos anos, tem permitido a muitas pessoas iniciarem uma prática regular de Mindfulness.

Autoria

Nuno Mendes Duarte
Nuno Mendes DuarteDirector Clínico
Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta
2017-05-03T18:40:21+01:0013 de Setembro, 2016|
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