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Autor: Maria João Matos

“Família é contexto natural para crescer.
Família é complexidade.
Família é teia de laços sanguíneos e, sobretudo, de laços afectivos.
Família gera amor, gera sofrimento.
A família vive-se. Conhece-se. Reconhece-se.”

Relvas, 2000

Apesar de diariamente recebermos notícias sobre a violência na família, a maior parte de nós continua a acreditar que a família é o porto de refúgio de qualquer ser humano.

Olhamos para a família como o lugar onde naturalmente nascemos, crescemos e morremos. A família, é antes de mais, um espaço privilegiado para a elaboração e aprendizagem de dimensões significativas da interacção, como a comunicação, a linguagem, as relações interpessoais, e um importante espaço onde se vivenciam as relações afetivas mais profundas – amor, filiação… -, num misturar de afetos positivos e negativos que vão dando corpo ao sentimento de sermos quem somos e de pertencermos aquela e não a outra família.

A família é a unidade básica de crescimento e experiência, desempenho ou falha. Revela-se como um dos lugares privilegiados de construção social da realidade, a partir da construção social dos acontecimentos e relações aparentemente mais naturais.

É um espaço privilegiado de desenvolvimento, mas nem sempre o promove da melhor forma. Para que este desenvolvimento ocorra de forma harmoniosa pressupõe-se que a família constitua um contexto de amor, carinho e protecção. No entanto, por vezes, revela dinâmicas que se apoiam, não nestes pressupostos mas no medo, hostilidade e violência.

Acredito sinceramente que se cada um de nós contribuir para que o amor, a proteção, o carinho, o respeito e a segurança, se constituam como pilares essenciais de cada uma das nossas famílias e dos que nos rodeiam, poderemos continuar a acreditar que a família é o nosso refúgio, o nosso porto de abrigo, com todas as singularidades e momentos mais dificeis que lhes reconhecemos.