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Cristiana Pereira

Cristiana Pereira

Muito frequentemente ouvimos à nossa volta: “aquela pessoa tem tanta sorte!” ou “aquele tem tanto azar…” Mas até que ponto acreditamos na sorte ou no azar?

Nós, como seres humanos, temos a capacidade de analisar os factos, avaliar as distintas opções que existem e, por fim, escolher a decisão que consideramos mais adequada.

Na prática clínica, muitas pessoas referem-se à falta de segurança que têm quando precisam de tomar decisões. É muito provável que todos conheçamos pessoas que ficam praticamente doentes quando têm de tomar decisões importantes, chegando a ficar bloqueadas.

Tomar decisões faz parte da condição humana. No entanto, há quem passe a vida inteira a tentar evitar esta opção, preferindo deixar a vida nas mãos dos outros a ter de assumir a responsabilidade e a oportunidade de decidir.

Por que não tomar decisões? Alguns poderão dizer que é impossível controlar tudo. É certo que, por muito que tentemos, não podemos controlar tudo, mas somos responsáveis pela maioria das coisas que ocorrem na nossa vida.

Por outras palavras, podemos escolher o modo como enfrentamos as diferentes circunstâncias da vida. Por vezes a nossa possibilidade de escolha é pequena, mas existe. Por isso é importante avaliarmos todas as opções antes de bloquearmos.

É precisamente ao decidir, ao escolher, que nos vamos formando como pessoas com capacidade para desfrutar da vida.

É verdade que existe quem pareça ter o que se poderia chamar de “azar”. Todos conhecemos pessoas que fizeram o impossível para seguirem em frente e, depois de todo o esforço, lhes acontece uma catástrofe: uma doença grave, a morte repentina de alguém querido ou uma grande dificuldade financeira, por exemplo.

Mas mesmo nestas situações, em que a vida nos coloca em circunstâncias duras de lidar e difíceis de resolver, podemos escolher o modo de como as enfrentamos. Podemos afundar-nos ou erguermo-nos; podemos atirar tudo ao chão ou lutar com todas as nossas forças e com o melhor da nossa inteligência; podemos desanimar ou procurar alternativas que nos ajudem a recuperar a confiança e a expectativa perante a nossa vida.