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Gustavo Pedrosa

Gustavo Pedrosa

Uma família é um sistema em constante procura de equilíbrio, de uma ralação com homeostasia.

Mesmo nas famílias em que há situações frequentes de violência, esta adapta a sua estrutura e organização a essa mesma violência. E o que se pode alterar nestas famílias?

 

Os papéis que desempenhamos no nosso sistema familiar são fulcrais para o equilíbrio familiar, independentemente da funcionalidade ou bem-estar desta. A comunicação, a afetividade, os papéis de poder e de submissão… Todos estes fatores influenciam a dinâmica familiar e as suas interações.

Isto verifica-se nas famílias com episódios de agressão, tanto física, como verbal. Esta violência, muitas vezes escamoteada, resulta de padrões de comunicação pobre, ligados à submissão e também a uma afetividade negativa, a ambientes de intimidação e isolamento. Pode também resultar de crenças culturais que, por exemplo, atribuem aos pais direitos e deveres de disciplina, que nem sempre os mesmos conseguem fazer cumprir ou conhecem outra forma de o fazer.

 

Nestas famílias, o processo terapêutico passa, entre outros processos, por procurar uma nova narrativa familiar, uma mudança do “guião” familiar, que não esteja sempre a voltar ao tema da culpabilidade, tão presente nestes sistemas. Algumas teorias defendem que a violência tem um papel estruturante na família e sem essa violência a família deixa de saber como lidar com os problemas. É contra essa estrutura “disfuncional” que a família tem que lutar e esforçar-se para sair, para modificar, se assim o desejar. Como tal, a família tem que se reestruturar e procurar um novo equilíbrio, com um novo foco, uma nova comunicação, fora da narrativa da agressão.

Há que aproveitar todos os recursos que a família já dispõe, da mesma forma que podemos aproveitar todos aqueles que a família desconhece que tem, de tão enraizada que está a sua identidade agressiva ou submissa.

Como em muitas outras mudanças, esta também envolve esse “esforço”, para conseguirem uma alteração do equilíbrio que a família conhece e no qual vive há anos. Também como em muitas outras mudanças, há que fazê-las progressivamente, de forma a todos os elementos se reequilibrarem e se sintam em segurança, cumprindo as expectativas geradas pelo sistema.

 

Sabemos que estas alterações são complexas e que, além do acompanhamento familiar, também deveria haver, em muitos casos, um acompanhamento individual. A falta de controlo de impulsos, o baixo autoconceito, resultante de uma fraca valorização pessoal, são exemplos de fatores que podem influenciar a dinâmica em famílias onde a agressividade pontua.

 

Se quer saber um pouco mais sobre como alterar a agressividade na sua família, aproveitando todos os recursos que nela existem, poderá recorrer a uma Terapia Familiar.