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Joana Fonseca

Joana Fonseca

Já alguma vez lhe chamaram agressivo? Já sentiu que foi agressivo sem justificação? Já reagiu a uma situação com a raiva acumulada de muitas outras? Pode ser difícil admitir que foi agressivo, uma vez que nem sempre a vontade ou a intenção era essa – como se a agressividade surgisse de um lugar desconhecido, de surpresa e sem controlo.

Pode definir-se como agressivo um comportamento de ataque ou ameaça em situações de rivalidade. A agressividade tem a sua função biológica de sobrevivência, uma vez que pode servir para manter a segurança do indivíduo. Contudo, não é à sua função adaptativa que se refere alguém que considera o outro agressivo. Mas é possível considerar que a agressividade é uma defesa, pois normalmente só tem necessidade de ser agressivo quem se sente ameaçado e diminuído pelo outro. Por isso, normalmente, um comportamento agressivo advém de problemas de auto-estima, insegurança ou até de abandono. Assim, o agressivo vê o mundo como perigoso, onde as relações sociais não são estáveis e a qualquer momento pode ter de se defender para sobreviver. Mais tarde, depois de recorrer ao comportamento agressivo, as consequências podem ser o isolamento e a perda de respeito.

Também é possível ser esporadicamente agressivo quando o stress está acumulado. Neste caso, se não for relaxando, basta acontecer a mínima situação para reagir com uma atitude agressiva quase em forma de “explosão”, comportamento esse que não se adequa à situação e é a soma de toda a energia acumulada de diferentes situações numa reacção só.

O ideal será substituir o comportamento agressivo pelo assertivo. Por assertividade entende-se a capacidade de comunicar defendendo direitos pessoais e expressando-se sem “ferir” ou diminuir o outro.

O primeiro passo para ser menos agressivo será tomar consciência da sua reacção em momentos de comunicação mais tensos. Estar atento à forma como reage o outro, uma vez que uma acção gera sempre reacção. E também estar atento ao tom de voz que usa, ao volume da voz, à entoação, à tensão muscular, ao timing da resposta, e a todos os outros componentes da comunicação – perceber quando é agressivo e o que provoca esse comportamento. Depois é necessário aprender a antecipar momentos que geram tensão, tentando relaxar antes de comunicar. É também muito importante aceitar as emoções que surgem resultantes da tensão, deixá-las ter o seu “espaço”, mas não permitir que sejam elas a definir o seu comportamento.

Se aprender a reparar na sua agressividade e a controlá-la, então não terá necessidade de responder: “Agressivo? Eu?”.