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Andrea Oliveira

Andrea Oliveira

Quando sonhamos entramos numa viagem em direção ao id freudiano de cada um de nós… Estamos em contacto com o que temos de mais genuíno, numa ligação de profunda conexão connoco, com a nossa verdadeira essência… E só nos temos a nós como companheiro de viagem…

Sempre que se deita a dormir, o sono leva-o até lá… Àquele lugar… Até si…

* * *

O que sonha? Com o que é que sonha? Quem encontra nesses sonhos…?

E quem sonha, efetivamente…?

Quem é você enquanto dorme…? E enquanto sonha…?

Como é essa viagem..?

Que cenários encontra para lá deste mundo, frenético, aparentemente real, em que vive?

* * *

Gostaria que assistisse paciente e atentamente ao vídeo e música que se seguem. Preste atenção ao cenário do sonho e sinta quem lá está…

Estará você também ali?

https://www.youtube.com/watch?v=-Vnk_j1iKMA

When you dream you only dream your Annabel.
All the secrets there inside you Annabel.

Down beneath an emerald sky sing Annabel.
Nothing that they did will stop you Annabel.

Land of the lines, tangled there in porcelain.
Under the stars you’ll begin.

When you dream you only dream your Annabel.
Sleep reminds you takes you there, oh Annabel.

Gentle whisper, endless winters, Annabel.
Why’ve they could have let you be both Annabel.

Land of the lines, of the years below still lies.
You are the truth they denied.
Run like the sea, tangled there in porcelain.
Under the stars you begin.

****

Quando sonhas, apenas sonhas a tua Annabel
Todos os segredos que estão dentro de ti, Annabel.

Em baixo de um céu de esmeraldas, canta Annabel.
Nada do que te fizeram vai fazer-te parar, Annabel.

Terra das linhas, emaranhada em porcelana
Sob as estrelas, tu começas.

Quando sonhas, apenas sonhas a tua Annabel.
O sono lembra-te, leva-te lá, oh Annabel…

Sussurro suave, invernos intermináveis, Annabel.
Porque eles podiam ter-te deixado ser ambos, Annabel

Terra das linhas, nos anos seguintes permanece.
Tu és a verdade que eles negaram.
Corre como o mar, emaranhada em porcelana.
Sob as estrelas, tu começas.

* * *

Entendendo a Annabel de cada um de nós, aqui, metaforicamente… Todos temos uma Annabel… que devemos amar incondicionalmente.

Por isso, ouça-a! Alimente-a!

Ouça-a! Nutra-a!

Mime-a, muito!

Acarinhe-a porque ela merece!

Sinta-a!

Ouça-a!

O que precisa ela?

Ouça-a! Talvez tenha alguma coisa importante para lhe dizer…

Dê-lhe o que ela precisa! E o que precisa ela?

Ouça-a.

Porque não pega nela ao colo? Porque não brinca com ela? Porque não a ouve?

Porque não sabe dela (de Si!) há tanto tempo?!

Vá até lá! Vá ter com ela! Tem agora a possibilidade de lhe dar o que ela precisou e não pôde ter na altura: porque não perceberam, porque não puderam dar, porque não foram capazes de o/a compreender…. Ou simplesmente, na altura não tinha você como compreender, como lidar com alguns acontecimentos… Mas pode agora.

Dedique-lhe tempo! Ouça-a.

Devemos, podemos(!) amar a nossa Annabel!

Esteja com ela, aproveite e conheça-se! “Para ganhar um abraço de uma criança, é preciso ficar do tamanho dela”… (eu diria) grande!

Às vezes procuramos respostas em todo o lado… passamos uma vida à procura delas e quando damos conta… “descobrimos que a nossa maior vontade era, no fundo, descobrir uma forma interessante de nos amar.”

E o que quer ela fazer HOJE?

Já reparou como ficou a Annabel depois de nutrida? Percebe a enorme fonte de energia, criatividade e alegria que resultam daí?

E acha que a Annabel só aparece enquanto sonha? Tem a certeza disso? Ou só a percebe melhor nesse estado?

Isso, talvez seja isso… Mas há outras formas de lá chegar… Porque a Annabel está presente todos os dias, influencia-o nas suas decisões todos os dias, nas suas interações todos os dias, nas suas relações de todos os dias, nas suas emoções… Todos os dias.

“Em todo o adulto espreita uma criança – uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa.” (Carl G. Jung)

Aqui, nesta história em particular, trata-se de uma criança hermafrodita que se vê forçada a escolher uma das identidades, feminina ou masculina…

Mas de que histórias, de que narrativas respiram os seus sonhos, as suas viagens… a sua Annabel… ? A sua vida…?

Bons sonhos!

E boa viagem por este caminho (in)certo – e cheio de significado – de todos nós!