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Autor: Fátima Ferro

Comparáveis ou não, neste papel de avós actuais e pais no passado, as diferenças existem. Mais exigentes como pais, bastante mais flexíveis e compreensíveis possivelmente no seu papel de avós, sendo muitas vezes eles que colocam nos nossos bolsos aquilo que não nos é permitido ter nas mochilas dos pedidos que são feitos aos pais e que tornam o peso destas mais difícil de carregar, com regras e normas que sofrem alterações quando estamos nas suas casas.

Os pais como principais responsáveis pela educação e transmissão de valores e os avós como imprescindíveis colaboradores nesta tarefa distribuindo carinho e compreensão, dando-nos o seu tempo, contando as suas histórias e levando-nos a passear pela mão.

Ao recuarmos nas nossas memórias e colocando as mãos nos bolsos dos nossos casacos encontramos sempre as brincadeiras, a cumplicidade e até os cheiros e sabores característicos das coisas boas que eles nos fazem. Os pais mantendo-se no posto de comandantes do barco e os avós o de capitães aposentados. Mas o facto de estes não serem os responsáveis directos pela educação dos netos não significa que não se importam com ela e que não a mantêm, dando no entanto uma maior abertura para as possíveis traquinices que fazem parte desta relação privilegiada, planeando outros níveis de exigência.

Ambos devem conversar sobre os seus modelos educativos, escutando-se e aceitando-se, mas mantendo as linhas de base.
Ex: Quando comem com a avó, talvez os netos peçam para que naquela refeição, ela lhes sirva batatas fritas em vez de legumes, porém têm que seguir as suas orientações sobre a forma como devem segurar a colher.

É claro que tudo isto depende também da responsabilidade educativa que lhes cabe, porque há avós que têm as crianças a maior parte do tempo, a seu cargo, e aí é importante que se mantenham mais próximos da disciplina parental.

Os pais e avós não devem discutir sobre a educação das crianças sobretudo na frente delas, deverão chegar a acordos sobre aquilo que poderá ou não ser permitido na casa de uns e de outros, dando uma margem para que possam colocar “coisas doces” nos nossos bolsos, salientando a sua importância e representatividade e juntando os abraços e beijos de uns com o colo de outros.