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Ana Beirão

Ana Beirão

O Inverno acabou e, com a chegada da promessa de praia e roupa que destapa mais do que tapa, é frequente o confronto com a culpa e ansiedade de se ter facilitado nas iguarias e comida forte que reconforta e afasta os frios invernais. De repente há mais alguns quilos e começam a pesar na sua consciência e a dificultar a tarefa de se ver ao espelho no fato de banho do ano passado.

Pergunte-se a si próprio(a), terá sido mesmo um abuso ou apenas aproveitou para desfrutar da comida que lhe agrada? O prazer é algo bom, é uma gratificação, e permite que consigamos desfrutar daquilo que gostamos. E pode saborear de uma forma moderada.

Como curiosidade, o cérebro só detecta que uma pessoa está satisfeita passados dez minutos de ter começado a comer. Ou seja, se comer muito depressa, acaba por ingerir muito mais daquilo que realmente precisa e vai acabar por se sentir demasiado cheio(a). Se ingerir de uma forma mais pausada, dando ênfase aos sentidos, a sensação de satisfação vai ser mais equilibrada.

O ingerir de uma forma consciente, atenta, pode contribuir para que haja uma redução de peso, stress, e um aumento da absorção de nutrientes. Pode desfrutar melhor do prazer de comer porque fica atento às sensações que advém da degustação dos alimentos, sentindo-se posteriormente mais satisfeito com a refeição, sem necessidade de consumir o que não necessita. Aqui seguem algumas sugestões de Mindfulness:

1. Coma devagar e tenha em conta o tempo da digestão. Não faça logo nada a seguir, tome algum tempo para fazer a digestão.
2. Minimize as distrações existentes.
3. Mastigue várias vezes, deixe-se levar pelos sentidos, sabores, texturas, cheiros e o aspecto da comida.
4. É normal distrair-se e deixar-se levar. Isso não quer dizer que tenha falhado, quando tomar consciência disso permita-se voltar novamente à experiência.
5. Depois da refeição deixe ficar sentado durante uns minutos e preste atenção às sensações do seu estômago. Preste apenas atenção.
6. A vida hoje em dia é muito agitada e pode não ter tempo para fazer este exercício em todas as refeições, por isso não se preocupe. Tente escolher uma refeição por dia, ou por semana. Quem sabe se gostar, acaba por o fazer mais vezes.

A relação com a comida pode ser flexível e equilibrada. É um dos prazeres mais simples da vida. Ser demasiado restritivo(a) não é de todo saudável. É preciso saber quais as consequências de uma determinada dieta ou de um consumo excessivo de determinados alimentos. Invista num nutricionista para saber qual a dieta adequada a si. Podem existir também outros comportamentos à volta da comida que envolvam questões mais complexas.Se tiver alguma dificuldade com o seu comportamento alimentar, a Oficina de Psicologia dispõe de vários técnicos que o(a) podem ajudar.