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Autor: Rita Castanheira Alves

Já sou crescido! Já posso ajudar em casa!

As crianças desde pequenas que se habituam facilmente a ajudar em casa e a realizar pequenas tarefas se tal hábito lhes for incutido.

Tem um filho pequeno? Com 5,6 anos? E que tarefas tem em casa?

A distribuição de tarefas e responsabilidades em casa é um processo extremamente importante para as crianças por diversas razões:

  • Aprendem a partilhar, a conviver em família e a desenvolver o sentimento de pertença a algo para o qual todos contribuem de diferentes formas e com o que podem;
  • Desenvolve a sua autonomia, através do desenvolvimento da sua independência e da noção de que é capaz de realizar certas tarefas sozinho, sem a ajuda dos mais crescidos. Não só se sente útil e capaz, como é um excelente motor para querer continuar a ajudar e a aprender a realizar outras tarefas;
  • Promove a responsabilidade na criança, através da noção de que há diferentes tarefas e situações que dependem de um conjunto de comportamentos que deve realizar;
  • Instala uma rotina, organizadora e securizante para todas as crianças, sabendo com o que conta, o que tem de realizar e o que esperar dos outros.

Frequente os pais consideram que ainda é cedo, que com a idade terão tempo para ter responsabilidades em casa, mas a verdade é que quanto mais cedo forem habituados a pequenas tarefas, mais motivados se sentem e no futuro a partilha de tarefas e responsabilidades em casa é encarada como parte do dia-a-dia, estando já incluída sem dificuldade nas rotinas.

 

E que tipo de tarefas as crianças podem fazer?

Várias, muitas, variadas e diferentes. Basta ser original e numa fase inicial é importante começar por uma tarefa ou um conjunto de tarefas simples, claras e com uma taxa de sucesso de realização alta, para que a criança se sinta motivada e queira continuar a ajudar. A partir dos 7, 8 anos as crianças poderão ajudar em tarefas como: escolha da roupa, recolha da loiça do pequeno almoço, higiene pessoal, arrumar os brinquedos depois de brincar, ajudar a mãe ou o pai a dobrar a roupa interior depois de lavada, ajudar a pôr a mesa, dar o material ao pai ou à mãe que lhe vão pedindo, dar os ingredientes à mãe ou ao pai quando está a cozinhar… Estes são apenas alguns exemplos, existirão com certeza muitas outras motivantes e nas quais a criança possa ter sucesso.

Não só as crianças realizam a tarefa e desenvolvem a sua autonomia, responsabilidade, capacidade de partilha e instalação de rotina, como são excelentes momentos para ensinar a contar (3 pratos, 3 colheres, 3 guardanapos…) como para aprender o nome de diferentes objectos ou alimentos.

 

E como é possível que adquiram o hábito de realizar sempre as tarefas?

As crianças pequenas sentem-se muito motivadas com jogos, por isso um simples conjunto de tarefas pode ser visto como um jogo, como várias provas e isso modificar completamente o modo como a criança se dedica a realizá-lo. Pode por isso criar uma tabela onde a criança regista o que já fez, ganhar pontos por cada tarefa feita e nos primeiros tempos ter direito a realizar uma actividade escolhida por ela (um jogo livre ou ver um filme) com os pais. Com o tempo, as tarefas passarão a fazer parte da sua rotina, sendo cada vez menos necessário recompensá-la ou criar um jogo para que desempenhe as tarefas.

Crescer implica um ganho crescente de responsabilidades pelo que promover a responsabilização e autonomia nos seus filhos desde cedo vai certamente ajudá-los a encararem as responsabilidades graduais da vida com uma atitude aberta, disponível e como desafios.

Comece hoje mesmo, construam uma lista de pequenas tarefas, ajude-o inicialmente e sempre, mas sempre elogie o seu filho quando concretiza cada tarefa! Essa é a melhor recompensa que ele poderá ter, sentir que o pai e a mãe têm orgulho nele e no seu crescimento.