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Autor: Inês Mota

Estarão os casais atualmente à beira de um ataque de nervos?!

Vivemos uma realidade difícil marcada por tempos de profundas mudanças, tempos de crise…

Estará o casal também em crise? O casal não terá de estar necessariamente em crise, mas a verdade é que se observam mudanças substanciais e radicais na conjugalidade, que a poderão afetar de formas profundas.

Hoje em dia dispararam as equações que definem a conjugalidade.

Sobretudo, o binómio casal não tem de ser antecedido e definido pela celebração casamento.

De facto, hoje registam-se menos casamentos e aumentam o número de uniões de facto.

Hoje é frequente viver-se junto antes do eventual casamento ou mesmo sem ter o dito casamento propriamente em vista, e aumentaram ainda o número de casais que têm uma relação estável sem que vivam necessariamente sob o mesmo teto.

Hoje diversifica-se o casal, sem que este tenha que casar. No entanto disparam também os números de divórcios e de separações.

Se o casal é por definição uma realidade instável, potencialmente em crise, é-o hoje (e sem ter que casar) uma entidade flagrantemente volátil.

E isto porquê? Porque hoje as pessoas unem-se na busca de uma relação preenchida com afeto e prazer. No entanto, e enquanto mantém esta idealização são bombardeadas com a máxima aclamada pela comunicação social; a busca e realização do prazer e necessidades individuais. Ora este investimento na individualidade dificulta as possibilidades de investimento na conjugalidade, levando muitas vezes ao desconhecimento dos sentimentos, desejos, receios, temores do/a companheiro/a, abrindo-se fissuras na conexão e alimentando-se o distanciamento.

Por tudo isto é legítimo que os casais possam estar à beira de um ataque de nervos, sem que estejam necessariamente em crise, mas é verdade que os seus dilemas aumentaram exponencialmente, e que por isso se possam sentir um pouco “perdidos”.