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Gustavo Pedrosa

Gustavo Pedrosa

Normalmente as famílias procuram nos arredores das grandes metrópoles alguma qualidade de vida e economia que, no centros urbanos das grandes capitais, não conseguem encontrar. Existem também as famílias que, estando já há muitas gerações a viver longe destes centros

industriais ou comerciais, preferem realizar diariamente um longo trajecto entre a casa e o trabalho, mesmo que tal implique uma grande distancia, tempo ou despesa.

Este longo trajecto até ao trabalho pode ser o resultado de melhoria nas perspectivas de emprego e resultar até numa remuneração mais elevada. No entanto, segundo um estudo da Universidade de Umea, Suécia, estas viagens quotidianas podem aumentar até 40% o risco de divórcio.

Para não mudarem a família de local de residência sempre que há uma alteração de emprego, criando uma perturbação para o bem-estar familiar, os casais preferem fazer viagens mais longas entre casa e o emprego, mas isso pode também ser um constrangimento para a relação.

De acordo com a autora do estudo, muitos destes “viajantes” para o emprego, são homens, têm filhos pequenos e estão numa relação. Um dos riscos que decorrem destas longas viagens é a “cristalização” de estereótipos baseados no género, tanto em casa, como no mercado de trabalho. Quer isto dizer que, em famílias em que o homem é o “viajante”, a mulher regularmente é forçada a ficar com empregos menos qualificados, perto de casa, que leva a que o rendimento familiar seja menor. Resulta também numa maior responsabilidade no tratamento dos filhos e das tarefas da casa.

As “viajantes” também experienciam um aumento do salário e uma carreira em progressão, mas estudos anteriores mostram que  sofrem de mais stress e sentem-se com menos êxito na carreira do que os homens.

As perturbações na estrutura familiar são mais nos primeiros anos dessas viagens. De acordo com o estudo, embora a maioria dos viajantes habitua-se a fazer estas deslocações, parece que existe uma linha temporal de 5 anos. Ao fim destes 5 anos, geralmente existem mudanças familiares ou laborais.

Alem dos custos destas deslocações diárias, será também importante perceber os custos sociais para estes viajantes.

E, actualmente, com a “emigração perene” existente, por exemplo, para Angola, estas problemáticas levam ainda mais levadas ao extremo a união familiar. Estas famílias têm que avaliar se os custos destas viagens diárias ou periódicas “cobrem” os prejuízos familiares que delas resultam. Alem dos custos, a família tem que se reorganizar, restabelecer regras e limites, aceites por todas as partes.

E nesta negociação, surgem normalmente problemas.

Se está numa situação semelhante, não hesite em contactar-nos e marcar uma sessão.