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Autor: Inês Mota

Muitos casais vêem-se perdidos e sem bússola no que toca a arte de comunicar. E veem-se perdidos sendo os seus mapas totalmente (des)coincidentes ou verdadeiramente coincidentes ou até mesmo quando são um pouco semelhantes. Parece mesmo que a sobreposição dos mapas não conduz efetivamente a bom porto.

Clarificando, para alguns casais prevalece o mito da “preservação da harmonia familiar” ou da “família feliz”, evitando estes casais a todo o custo falar de assuntos que agitem as águas matrimoniais.

Se por um lado esta aparente serenidade dá a sensação de uma harmonia familiar, muitas vezes forma-se sub-repticiamente um gélido iceberg que pode conduzir à frieza emocional, por anos de acumulação de camadas compactas de mágoas e ressentimentos.

Existem também casais em que um dos seus membros ou ambos têm a convicção de que dizer as coisas tal como elas são, é o melhor remédio, o que também pode conduzir a uma comunicação em escalada, pautada pela desvalorização, crítica e ironia, ficando estes casais presos numa verdadeira comunicação disfuncional.

Os casais têm estilos de conflito diferentes. Uns evitam os conflitos e funciona. Outros explodem e funciona. Outros ainda são capazes de explicar e negociar as diferenças e encontrar um compromisso viável. E existem ainda todos os outros que utilizam as mais variadas combinações possíveis, com diferentes proporções de evitamento, explosão e negociação, fórmula que para uns funciona e que para outros teima em não funcionar.

A arte de comunicar em casal, não tem tanto a ver com os mapas, mas com a forma como em cada viagem se olha o mapa e se atenta às capacidades do navio, capacidades dos tripulantes e marinheiros e condições climatéricas e se desenha a melhor forma de navegar.

Se lhe parece que independentemente do mapa é difícil na sua relação navegarem de forma satisfatória usando a arte de comunicar, encare a terapia de casal como a sua eventual “agência de viagens”. Para além do seu terapeuta conhecer as formas que cientificamente melhor possam contribuir para uma comunicação mais eficaz e positiva, poderá também ao conhecer-vos, conseguirem juntos identificar os vossos mapas, conhecerem a viagem que pretendem percorrer e desbloquearem o que quer na forma de navegar não esteja a permitir que o navio esteja já em velocidade cruzeiro e rumo a bom porto.