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Cristiana Pereira

Cristiana Pereira

Já deu conta de determinados factores na sua relação que lhe oferecem um sentimento de segurança e bem-estar? Como por exemplo, o acordar de manhã e encontrar o companheiro ao seu lado, o beijo de boa-noite ou mesmo o jantarem juntos. Estes factores, assim como tantos outros, fazem parte do quadro no qual desenvolvemos a nossa vida a dois.

No entanto, sabemos que há uma rotina saudável, agradável, e há uma outra que nos aborrece. É esta rotina que contém aquelas coisas do casal que nos desagradam ou das quais já estamos cansados de vivenciar e, com a qual, surgem o desencanto, a falta de emoção e o distanciamento.

As expectativas que se apresentam no início de uma relação são muitas. Algumas cumprem-se com o tempo, mas com outras, chegamos à conclusão de que nunca se tornarão realidade. Chega um momento em que as ilusões se acabam; em que a relação se transforma em algo que não se quer perder mas que já não suscita emoção, ou seja, só dá segurança. Perante esta situação começam a surgir as dúvidas sobre até que ponto se está apaixonado ou se ama de verdade o companheiro. Perante este aborrecimento, parece que o companheiro já não parece excitante, interessante e, frequentemente, nem sexualmente atraente.

Por outras palavras, toma-se consciência de que se caiu na monotonia quando já há muito está instalada e cada membro do casal pôde acumular uma dose de frustração e aborrecimento suficientes para terem provocado um distanciamento um do outro. Esta situação leva a querer procurar uma vida nova, com o consequente sentimento de culpa ao perceber que já não se tem o mesmo afecto pelo companheiro, como se estivesse a viver uma espécie de fraude.

Para evitar esta situação, o importante será detectar assim que possível o momento em que começamos a aborrecer-nos da relação. Não é fácil, mas há directrizes que nos podem dar um sinal sobre o que está acontecer, como: sentir que há uma maior dedicação a actividades individuais quando o outro membro do casal está em casa; falta de apetite sexual; alívio quando o companheiro tem de viajar; perguntar-se continuamente como seria a vida com outra pessoa; irritação diante de hábitos do companheiro que antes não provocavam desagrado; desânimo; discussões frequentes; frequentes momentos em que se está junto ao outro e não se sabe o que lhe dizer; sensação de falta de comunicação com o companheiro; atracção e fantasias dirigidas a outra pessoa.

Perante estes sintomas, se se dá lugar a um sentimento de culpa, de estar a trair o outro, vai acabar por se transformar num sentimento de aversão, já que não foi por vontade própria que deixámos de amar ou que a relação não nos atrai tanto como no início. Por isso, não fique alarmado.

O mais importante neste caso é tomar consciência do que se passa connosco, averiguar de que temos saudades, o que nos falta e sermos claros com o companheiro. Por outras palavras, devemos averiguar quais as nossas necessidades pessoais que não estarão a ser preenchidas. Não entrar em pânico, já que assim surgirão mais problemas, mas lembrar quais são os nossos sentimentos e convidar a outra pessoa a procurar os seus.