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Autor: Maria Palha

O estado de desequilíbrio emocional acontece, normalmente, quando se dá o confronto com o facto dos nossos antigos recursos já não contribuírem para o nosso sucesso.

Como acontece, por exemplo, quando se fica desempregado (o cenário mudou e é agora necessário agir de modo diferente), quando nos confrontamos com um divórcio ou temos um diagnóstico de doença crónica, quando ainda descobrimos que, efetivamente, nunca gostamos da nossa profissão ou que “o que era suposto” nunca aconteceu…

Poderia enumerar uma lista de situações que nos levam a sentir em crise, desesperados, desesperançados e mesmo assim nunca conseguiria chegar a todas.

Cada uma destas situações, à sua maneira, requer uma rápida capacidade de adaptação ao novo, à mudança. Mudança de ponto de vista, de crença, de casa, de marido ou emprego.

Indo à origem da palavra da Crise, esta vem do grego e significa “decisão”, “eu decido, separo, julgo” mas segundo os chineses, “crise” significa “Oportunidade, ponto de mudança”. Face ao novo, é necessário que se faça um reajuste, uma desconstrução e reconstrução de conceitos e é nesta fase que o adulto, habituado a saber “gerir a sua vida” pode entrar em desequilíbrio emocional.

Num primeiro momento, o que define então um bom gestor de crises emocionais?

  1. 1.       Identifica o que foi perdido – por vezes é o mais complicado, por se estar ainda em fase de negação do mesmo.
  2. 2.       Identifica o que mudou – pode ir do estilo de vida, à ausência de alguém, a bens materiais…
  3. 3.       Identifica o que se ganhou – sempre que há uma perda, há um lado positivo dessa perda, que acaba por ser menosprezado, por estarmos demasiadamente envolvidos.

Num segundo momento é benéfico objetivar a mudança que se pretende. Usualmente em consultório o que se verifica é que as pessoas estão tão envolvidas na sua dor que têm muita dificuldade em conseguir ser objetivas quando se tratam de mudanças de comportamento.

Para tal há algumas dicas que podem facilitar este processo como:

– Tente recolher o máximo de informação sobre a nova situação ou condição (a que está ou aquela em que gostaria de estar);

– Verifique a disponibilidade de recursos (internos/externos) e/ou serviços, para que consiga ver se efetivamente há condições para mudar. Por vezes confrontamo-nos que não temos motivação, e é importante tentar entender porquê;

– Quais são as influências externas e internas que esta mudança vai ter nas nossas vidas?

– Faça uma lista das consequências positivas e negativas que a adoção do novo comportamento vai ter na sua vida.

 

Como diria a Clarice Lispector “Dê os seus sapatos velhos…veja o mundo de outras perspetivas…”.