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Autor: Inês Mota

Muitos casais sentem que já fizeram infindas tentativas de reparação daqueles conflitos que se tornaram mais o hábito que a exceção. E muitos destes casais poderão mesmo sentir-se desligados ou insatisfeitos com a convivência conjunta.

É no entanto natural haver a tentação de deixarem que circunstâncias externas decidam por si o futuro da relação; ficarem imperativamente juntos pelo bem-estar dos filhos (sendo que o impacto negativo da vivência em tensão é superior à relação de dois adultos felizes e “bem-separados”); ou considerar a relação extraconjugal do parceiro a indicação definitiva de ele ou ela não querer estar no casamento (muitas vezes é um sintoma do mal-estar da relação).

Mesmo tendo feito resoluções e sendo a insatisfação permanente, é possível que estes casais façam terapia sem terem conseguido decidir separar-se, o que faz sentido, pois se fosse fácil, a decisão já teria sido tomada.

A ambivalência terá de ser trabalhada, bem como os temas conflituosos acerca do casamento e, no caso de a ambivalência persistir, colocarem-se então ambas as possibilidades: reinvestir no casamento ou prosseguir para a terapia do divórcio.

A segunda hipótese pode ser uma mais-valia para as pessoas que queiram beneficiar de ajuda a separarem-se, tendo assim a oportunidade de, de forma conjunta, poderem lidar com a dissolução do casamento. Muitos pontos poderão precisar de uma reflexão em conjunto, nomeadamente o estabelecimento de objetivos realistas, e tomadas de decisão de forma cuidadosa. Por exemplo, o casal em dissolução poderá necessitar de refletir sobre a revelação (e a melhor forma de o fazer) aos filhos, aos pais; como gerir o divórcio no seio familiar e no seio dos amigos; refletir as mudanças reais que o divórcio trará e pensar no seu sistema de suporte para o período de mudança e adaptação a ficar solteiro.

Decisões fáceis nem sempre são possíveis. Estaremos cá para ajudar naquelas que são difíceis.