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Gustavo Pedrosa

Gustavo Pedrosa

Terapia é cara e demorada… O vento é de borla!

Frequentemente ouvimos algumas pessoas a comentar ou a divulgar nas redes sociais que não fazem terapia porque praticam ciclismo, porque vão ao ginásio, porque fazem jogging, porque andam de mota, ou isolam-se nalgum outro retiro numa aldeia sem rede de telemóvel.

Sabemos que a existência e prática de atividades lúdicas e desportivas são muito benéficas, sendo inclusivamente aconselhadas nalgumas psicopatologias. No entanto, em muitas situações essas atividades não têm um papel terapêutico, mas sim “preventivo”. Ou seja, ajudam a diminuir o stress, a baixar a ansiedade, a relaxar, a reanimar, a por alguns pensamentos ou comportamentos em perspetiva, num quase Mindfulness. E, por muito benefício que traga, a atividade isolada não é equivalente à terapia, pois os problemas persistem e a forma de lidarmos com eles pode continuar a ser incorreta.

Tomemos por exemplo a Terapia de Casal? Em muitas situações, a ausência para se realizar a atividade pode ser catalisador dos problemas e não uma resolução. Mesmo ao envolver o cônjuge numa dessas atividades, os problemas podem surgir ainda com mais frequência ou maior intensidade.

 

Há que ter em mente que a vivência, comunicação e comportamento do casal é bem diferente da dinâmica entre a família alargada, os amigos ou colegas. Por isso, devemos adaptar-nos e perceber que o casal forma uma nova personalidade. Geralmente esta personalidade é definida pelos terapeutas sistémicos como “1+1=3”, ou seja, o casal não é a soma das duas pessoas, mas sim o resultado da sua relação entre ambas.

Como tal, a atividade que para um dos membros pode ser gratificante e relaxante, para o outro pode ser um fator de aborrecimento ou de ausência do cônjuge, podendo resultar numa sobrecarga nas tarefas quotidianas.

Não estamos a desaconselhar a terem os vossos momentos, o vosso espaço, tanto individual, como do casal. Mas esse espaço físico ou temporal deve ser compreendido e “negociado” como tal. Senão, a terapia torna-se, como já foi referido, fonte de novos problemas.

 

A Oficina de Psicologia está a desenvolver um ciclo de Workshops para “Casais à beira de um ataque de nervos” e  dedicados aos diversos ciclos de vida da vida em casal. No segundo Workshop “Agora quem lava a loiça? Eu, tu ou nós? vamos falar da vida em casal e das dificuldades na gestão dos papéis e das tarefas. Desmistificamos as relações, refletimos sobre como, quando e porquê aparecem as primeiras críticas, os atritos entre as duas individualidades, e as preciosas ferramentas que podemos desenvolver.

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