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Gustavo Pedrosa

Gustavo Pedrosa

O dia do casamento é sempre um dia especial. Mesmo com todo o stress envolvido, o dia do casamento é inesquecível. Mas pode também ser um teste à relação do casal!

O dia chega à relação, mais tarde ou mais cedo. A conversa pode já ter sido abordada de forma ligeira ou mais séria, mas o momento em que o casal pensa, em conjunto, sobre a sua união legal e/ou religiosa, acabará por surgir. Pode dever-se às convenções sociais, familiares ou religiosas, mas quem decide casar-se está prestes a tomar um caminho que pode ser visto, inicialmente, como de um único sentido, pois a maioria das pessoas casa-se com o ideal de que será para o resto da vida. Os casais que decidem avançar com esse grande passo, entram num processo que tem tanto de maravilhoso, como pode ter de destabilizador.

O casamento começa no dia do pedido. Mesmo com tantas mudanças (relativas aos casais) que ocorreram na nossa sociedade, ainda mandam as resistentes convenções culturais e sociais que o pedido seja feito pelo homem. E aí temos diversos aspectos a considerar. Desde as expetativas relativa ao pedido em si (local, data, forma como é feito o pedido, etc.), até à razão pela qual existe o pedido (pressão de um dos membros do casal, da família ou social), todos são fatores que geram stress.

Depois do pedido, os fatores de stress aumentam ainda mais. Organizar uma festa com tanto significado, para tantas e diferentes pessoas, e que em geral se quer perfeito e memorável, pode levar o casal ao desespero. A distribuição de tarefas, as escolhas conjuntas e, uma vez mais, as expectativas, podem trazer muitas discussões, dúvidas e receios à relação. Nesta situação, exige-se ao casal uma comunicação, partilha, empatia e compreensão quase perfeitas.

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o dia do casamento pode ser caótico. As preocupações com os convidados, com a cerimónia em si e com o decorrer do que está programado, pode levar os noivos a não conseguirem aproveitar os melhores momentos deste seu dia especial. Esta situação tem vindo a ser alterada com os profissionais contratados para que tudo seja resolvido e devidamente resolvido. No entanto, caso esse auxilio não exista, o casal deverá ter atenção a si próprio, aos seus gostos e desejos, deixando a opinião dos convidados de lado. Afinal, o dia é dos noivos, não dos convidados.

Por fim, a lua de mel, situação também ela muitas vezes fantasiada devido a fatores “Hollywoodescos”, deve ser um momento em que as expetativas são, novamente, partilhadas. Durante a mesma, as situações de divergência acabam por ser lidadas com uma empatia que, eventualmente, pode não existir mais tarde ou no final da mesma.

Não esqueça que, como em todas as relações, também os casais, mesmo após o casamento, têm que se esforçar para manter a relação num nível ideal no que toca à comunicação, empatia, demonstração dos seus sentimentos e afetos. As expetativas podem ser armadilhas para as relações. Não tenham medo de as partilhar, juntamente com os desejos, deixando assim de haver espaço para falhas de comunicação.

Assim, lembramos que, mesmo ainda antes do casal ser legalmente reconhecido através do casamento, o casal já o é, já existe e já se relaciona como tal. Assim, as dificuldades da relação começam muito antes da cerimónia ou da assinatura notarial. Tenham atenção às expetativas individuais e partilhem, sempre que possam, essas expetativas com o vosso cônjuge.

E porque a Terapia Conjugal não é apenas indicada para os “casados”, lembre-se que tem sempre este auxílio para a comunicação, para as expectativas e para desenvolver a empatia.