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Autor: Marta Porto

O ato de procrastinar implica adiar ou atrasar sucessivamente a concretização de tarefas importantes, envolvendo a decisão de adiar. Esta decisão pode conduzir a um alívio imediato, contudo a médio e/ou longo prazo, pode conduzir a uma reduzida perceção de auto-eficácia, culpa, ansiedade e sintomatologia depressiva.

Neste sentido, é fulcral sublinhar que este adiamento ou evitamento, ao proporcionar uma sensação de conforto imediato, reforça a própria procrastinação, tornando cada vez mais difícil para o sujeito agir no sentido inverso. É criado um círculo vicioso, gerador de ansiedade, angústia e tristeza, sendo possível observar uma relação entre a procrastinação e o aparecimento de sintomas depressivos. Assim, é natural depararmo-nos com a dificuldade em identificar qual a situação que se instalou em primeiro lugar.

Torna-se extremamente importante referir ainda que paralelamente aos sintomas supracitados, a procrastinação acarreta todo o tipo de consequências adversas provocadas pela não realização das tarefas, tanto a nível profissional, como a nível pessoal.

A procrastinação pode tornar-se um problema, consoante a extensão e gravidade dos comportamentos, nomeadamente nas situações elencadas seguidamente:

  • quando afeta a auto-estima, o controlo pessoal e a auto-eficácia;
  • a qualidade do trabalho é significativamente inferior ao potencial do sujeito;
  • os outros já não podem confiar no indivíduo a responsabilidade de terminar as suas tarefas;
  • a concretização de objetivos pessoais e profissionais é penalizada;
  • resultados inesperados;
  • relações interpessoais conflituosas.

 

O que podemos fazer então para cessar a procrastinação?

 

  1. Identificar as tarefas importantes a realizar: escreva uma lista das inúmeras atividades por ordem de prioridade/urgência com prazos e datas de conclusão, assim como quantas horas exactamente irá precisar para realizar cada tarefa;
  2. Especificar quais os objetivos concretos de cada tarefa e quais as implicações positivas na sua vida (poderá igualmente acrescentar estes elementos na sua lista);
  3. Estabelecer objetivos realistas, sendo determinante estar consciente que a perfeição é humanamente impossível.
  4. Pedir ajuda quando necessário;
  5. Incorporar no calendário períodos de descanso;
  6. Encarar as tarefas como desafios e oportunidades;
  7. Auto-reforço: a conclusão das tarefas deve ser acompanhada de uma celebração, por mais pequena e breve que seja.

 

Como conclusão, é imprescindível recordar que os comportamentos podem ser modificados através de novas aprendizagens e alteração de perspetivas e formas de estar. A sua vida é agora!