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Autor: Maria João Matos

A parentalidade não consiste simplesmente em corresponder às necessidades de sobrevivência das crianças, ou corrigir o que não é adequado nas suas atitudes ou comportamentos. Pelo contrário, é uma actividade complexa que envolve relação, comunicação, compreensão, estratégias educativas que implicam a identificação e estimulação das qualidades e talentos dos seus filhos, valorizando as forças e as suas competências para que as construções realizadas por estes ao longo da vida sejam mais capazes, felizes, criativas e produtivas.

Educar os filhos com uma dimensão optimista permite que adquiram uma visão temporária das dificuldades, sentindo-as como pontuais, percebendo a adversidade como um desafio, esforçando-se por a ultrapassar, diminuindo a culpabilização pelo que acontece. Já quando os pais adoptam uma visão mais pessimista acredita-se que, perante situações difíceis, estas vão perdurar e influenciar as acções de forma negativa, havendo tendência para a culpabilização.

Face às dificuldades que se apresentam no dia-a-dia familiar, a utilização de uma visão optimista ou pessimista faz a diferença no crescimento das crianças, com consequências em diferentes níveis. Sabe-se que pessoas optimistas apresentam melhor desempenho em diferentes áreas, nomeadamente académica e/ou profissional, demonstram ainda menos problemas de saúde (física e mental), assim como os adolescentes parecem evidenciar menos sentimentos de descontrolo. Por outro lado, pessoas pessimistas apresentam mais sintomas depressivos, desistem com maior facilidade das suas iniciativas, bem como evidenciam mais problemas sociais.

A parentalidade exercida com atitudes optimistas torna-se valiosa para o desenvolvimento das crianças, podendo ajudar a atenuar ou mesmo prevenir problemas caraterísticos da infância e da adolescência, favorecendo ainda um ambiente familiar mais qualitativo.