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Bullying é um termo em inglês (“bully” significa “valentão”) utilizado para descrever atos de violência física e/ou psicológica, de caráter intencional e repetitivo, praticados por um indivíduo ou um grupo dentro de uma relação desigual de poder.

Investigadores da Warwick University, no Reino Unido, e da Duke University, nos EUA, demonstraram que os efeitos do bullying sofrido na infância e na adolescência duram por muito tempo na vida adulta. A exposição ao bullying agrava problemas relacionados com a saúde, a pobreza e as relações sociais. Se mal resolvido, o bullying pode deixar marcas para o resto da vida – tanto nos que o praticam como naqueles que são vítimas. Mesmo depois de muitos anos, o indivíduo ainda não superou o trauma das agressões morais e físicas sofridas.

A investigação, publicada na revista “Psychological Science”, sugere que uma criança vítima de bullying tem um risco mais alto de desenvolver problemas de saúde e dificuldades sociais na idade adulta. Os resultados mostram que os agressores (bullies) têm maior risco de consumir substâncias, de ter problemas de ansiedade, depressão, abuso e hostilidade. Para as vítimas da intimidação, ser o alvo pode resultar num aumento do risco de suicídio, depressão, mau desempenho escolar e baixa autoestima.

Os autores do estudo defendem que “não podemos continuar a olhar e a desculpabilizar o bullying como parte quase inevitável do processo de crescimento”. Isto porque o bullying é uma forma de violência que deixa marcas dolorosas na história quer das vítimas, quer dos agressores. Algures num cantinho da mente da vítima, mora ainda uma criança assustada e impotente, que eventualmente um dia se revoltou e passou a ser agressiva para se proteger contra todos os meninos maus que pudessem surgir; e algures num cantinho da mente do(a) menino(a) mau entretanto crescido(a) podem ainda residir a manipulação e a agressividade ou um profundo arrependimento e vergonha pelas “travessuras” da infância.