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Estranha as relações em que cada um tem um hobby diferente? Estranha o facto de os seus colegas jogarem à bola numa qualquer noite da semana? Estranha as noitadas que as suas amigas fazem, deixando os filhos em casa? Já pensou que poderia ser algo realmente proveitoso para a sua relação?

 

Nas relações conjugais, o espaço e tempo individuais podem ser ferramentas potenciadoras do bem-estar do casal, fomentando-os de forma a manter uma individualidade e uma personalidade além da vida de casal. Este espaço ou tempo individual pode ser ocupado por um passatempo, uma ocupação, pela companhia dos amigos, ou simplesmente por estar a descansar. No entanto, esta individualidade deverá deixar ambos os cônjuges a sentirem-se confortáveis e aceitantes. Deverão ser uma fonte de prazer fora do stress laboral e até dos problemas familiares ou conjugais.

 

Gustavo Pedrosa

Gustavo Pedrosa

Na prática clínica, muitas vezes notamos que em muitos casais não há uma clarificação desse espaço, resultando em casais “fusionais”, que se vão tornando apáticos e desinteressados por atividades fora da família nuclear. Não devemos desligar completamente a nossa família dos momentos de lazer que nos são mais prazerosos, mas também deveremos conseguir separar o espaço partilhado (familiar) e o espaço individual, e viver ambas as situações de forma equilibrada e igualmente motivante.

Muitas vezes, a referida falta de definição, de fronteiras e limites dos tempos individuais, traz ao casal algum mal-estar, podendo até ser uma fonte de discordância e conflito. Um dos exemplos mais comuns e que cria frequentemente desconforto na relação, é visível na interação e frequência das redes sociais, blogs e chats.  Deverá ser este um destes espaços individuais?  Ou será esta uma forma funcional de criar este tempo e espaço individuais, de partilha e contacto?

 

O espaço individual deverá ser negociado, respeitado e aceite por ambos, sem indefinições e “zonas pantanosas” que possam ser uma fonte de desconfiança, incerteza ou insegurança. A clareza anda, muitas vezes, de mão dada com o respeito e a confiança. E se for essa a vontade de ambos, independentemente de como for utilizado esse tempo, tornar-se-á num foco de bem-estar individual, resultando numa estimulação do bem-estar e vivência na própria relação.