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Autor: Marisa Gamboa

“Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo

tempo querer que ela se torne em lei universal: Age como

se a máxima da tua ação se devesse tornar pela tua vontade

em lei universal da natureza; Age de tal maneira que uses a

humanidade, tanto na tua pessoa como na de qualquer outro,

sempre e simultaneamente como fim e nunca e simplesmente

como meio. Todas as máximas, por legislação própria,

devem concordar com a ideia de um reino possível dos fins

como um reino da natureza.”

Immanuel Kant (1724‐1804)

Entendo a ética como um modo de olhar o homem e o mundo que o rodeia. Um olhar mais profundo, imenso e intenso, que percorre o bem individual e o bem do outro, um olhar que não esquece a suposta admirável invenção do progresso, da ciência, um olhar que percorre todo o percurso da vida, todo o percurso natural, todo o percurso dos “sem querer”. As indicações que vamos encontrando, conduzem-nos ao viver, ao sofrer, ao amar, ao cair…reconhecendo sempre a importância máxima de uma tão grande e importante expressão – DIGNIDADE – essa sim, aquilo que deve entranhar o fim último.

A suposta cinzenta ética ensina-nos a ler novamente a encruzilhada livre que ciência e valores criam. É nas respostas mais certas que vamos encontrando novas questões. Parece estranho? A ética assenta em dimensões como a relação com o próprio, a relação com o outro e com o mundo e o “a partir daí…”.

Porque falar sobre ética no tempo que corre? Que tipo de ética? Em que área? Quem a estuda? Quem a investiga? Quem são os “éticos” que definem a nossa ética sociedade? Muitas são as questões que surgem no momento que reflito sobre este tema. Reconheço a importância de trabalhar em questões éticas, por exemplo, em fim de vida, decisões importantes como quem salvar primeiro e porquê, como comunicar…questões onde o respeito, a integridade, a justiça, a autonomia, a responsabilidade e a solidariedade ganham nome com letras maiúsculas! (dar vida aos dias mais do que dar dias à vida).

Ética, um modo de olhar! Um olhar que a psicoterapia procura, um olhar que pretende incluir a empatia, o respeito, a integridade e todos os outros princípios que devem regular a relação. A ética em psicoterapia, é provavelmente o primeiro passo de um primeiro de muitos encontros, como diria William James, “sempre que duas pessoas se encontram, existem, na realidade, seis pessoas presentes. Existe cada individuo da maneira como ele se vê a si próprio, cada individuo da maneira como ele é visto pelo outro e cada individuo como ele realmente é”. Pois bem, é neste encontro a seis que devemos imprimir a ética, é também este encontro que a Oficina de Psicologia, pretende marcar consigo – objetivo último – construir através deste encontro, uma relação impregnada de autoconhecimento, auto investimento, auto recriação, mudança, uma relação que permita a reinvenção do EU!