Tempo de Leitura: 2 min

Autor: Marisa Gamboa

Neste momento…

Pedimos e exigimos, gritamos e imploramos, acalmamos e dizemos “tranquilo”…

Parece estranho não podermos exigir do outro, parece estranho não podermos gritar pelo outro, parece estranho não podermos dizer que amamos e no momento seguinte dizermos que temos dúvidas por isto ou por aquilo. Sim, muitas vezes não nos permitem, melhor, não nos permitimos sair do caminho, “atalhar” por um momento que seja, não nos permitimos sermos, sermos estranhos! Sim, nem sempre conseguimos, nem sempre queremos, nem sempre podemos, nem sempre concordamos, nem sempre amamos, nem sempre estamos certos. E o que dizer? Como recuperar o fôlego e voltar ao caminho? E se descobrirmos que não queremos voltar ao caminho? E se descobrirmos que a nossa normalidade choca com a normalidade do outro? Que a nossa diferença choca com a diferença do outro? E se?

Voltemos ao início…porque não podemos exigir do outro? Afastamo-nos porque não sabemos como estar em relação, afastamo-nos porque muitas vezes não sabemos ser amados, porque muitas vezes sentimos que não nos ensinaram a amar, porque subscrevemos uma série de crenças sobre o amor, o amor da Cinderela, o amor da Branca de Neve…o amor nem sempre é um final feliz, o amor nem sempre acontece da forma como imaginamos, o amor nem sempre aparece no momento em que precisamos, o amor nem sempre…

Voltemos de novo ao início…quando amo, posso pedir? Posso dizer como gostaria que fosse? O que gostaria de ouvir? Onde gostaria de viajar? O que gostaria de sentir? O que gostaria que fosse? Posso? Oiço constantemente, que devemos sentir os sinais, imaginar o que o outro está a sentir e acreditar que o outro certamente compreenderá que o nosso olhar, quererá dizer…sim, talvez, seja a forma mais romântica de amar…aquela que num olhar se basta, aquela que num toque se sente, aquela que num sorriso encaixa, contudo, parece-me importante darmos voz às palavras, e sim, podemos e devemos exigir do outro, se isto, significar comunicação, se isto significar conhecimento, se significar entrega!

É isso aí…
Como a gente achou que ia ser
A vida tao simples é boa…quase sempre!
É isso aí…
Os passos vao pelas ruas
Niguem reparou na lua
A vida sempre continua
Eu não sei parar de te olhar (…)

Ana Carolina e Seu Jorge