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“A mãe do Gabriel foi ao seu quarto acordá-lo para ele tomar banho e ir para a escola. Assim que a mãe disse a palavra escola, o Gabriel começou com alguns tremores, e tal como nos últimos dias, perguntou à mãe se podia ficar em casa ou na casa da avó, porque se sentia com dores de barriga…”

 

Cecília Santos

Cecília Santos

Quando estamos perante um quadro de fobia escolar, as crianças geralmente acordam com queixas como: dores de barriga, tremores, vómitos, dores de cabeças e diarreia, sendo estes sintomas mais intensificados perto da hora de irem para a escola. Poderão também surgir outros sintomas como: falta de apetite, medo de dormir sozinho e pesadelos nocturnos. Habitualmente, estas queixas são fruto de uma ansiedade antecipatória, uma vez que, dias antes de irem para a escola, as crianças questionam os pais: “Não posso ficar só mais um dia em casa?”, “Tenho de ir para a escola na 2ªfeira. São várias as razões pelas quais as crianças podem desenvolver fobia escolar, pelo que é fundamental estar atento aos factores que possam ter desencadeado este sentimento face à escola. Em alguns casos, os factores poderão ser de ordem biológica, contudo, na grande maioria das vezes, estão associados à entrada para a escola (quando se trata do primeiro ano lectivo da criança), mudança de escola, relação com o professor e (ou) colegas da turma, conflitos com outros alunos da escola ou alterações no ambiente familiar (saída de algum elemento da família lá de casa, conflitos entre os pais, mudanças de casa etc.).

 

Contrariamente às crianças que não apresentam resistência em ir para a escola, e que têm por hábito partilhar com os pais o seu dia e falar sobre os amigos, na fobia escolar, é comum as crianças evitarem falar sobre assuntos relacionados com a escola, e quando falam, evidenciam normalmente sentimentos de negativismo. Em contexto escolar, há uma tendência para se isolarem, até mesmo quando se tratam de actividades de carácter lúdico (no recreio), o que compromete seriamente a sua interacção com os colegas e integração na própria escola.

 

Algumas estratégias que poderão ser úteis:

  • Procurar compreender qual a razão da recusa escolar e não subestimar o sofrimento da criança;
  • Compreender qual a percepção da criança relativamente à escola;
  • Transmitir segurança e mostrar que está disponível para falar sobre os seus sentimentos;
  • Evitar comparar a criança com outras crianças, fazendo comentários como: “o teu amigo x não faz estas cenas, já está na altura de ires para a escola”;
  • Incentive gradualmente a criança em ir à escola, mostrando os seus aspectos positivos;