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Catarina Cunha

Catarina Cunha

Ginástica não é só com o corpo, é também com as suas emoções

A OP está sempre a inovar e desta vez será através de uma atividade dinâmica para compreendermos e mexermos com as nossas emoções. O que é realmente a tristeza, a alegria, o medo, a ira, a raiva ou a surpresa? O que acontece em nós e nas outras pessoas quando trocamos respostas emocionais? Será que as emoções que expresso são devidamente compreendidas pelos outros ou fica “perdido” numa confusão? Estas e tantas outras perguntas serão abordadas e “ginasticadas” já este domingo, dia 21 de Abril, em qualquer sede da Oficina de Psicologia (Lisboa, Coimbra ou Porto), das 15h às 18h. Venha ginasticar as emoções connosco!

 

Medo

O dicionário da língua portuguesa define o medo como “um estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários”. O que significa isto no nosso dia-a-dia?

O medo é a emoção que nos mantém alerta para não corrermos perigo de vida, quando, por exemplo, tentamos atravessar uma rua cheia de carros. É aquele sinal mental que nos diz “Se calhar, é melhor olhar antes de passar, para que não tenha um acidente”.

No entanto, o medo pode surgir em situações em que o perigo não é iminente. Não é necessário estar perante a boca de um leão para sentir medo, às vezes basta supormos que a ameaça está presente. Por exemplo, podemos ter medo de tocar num fogão, mesmo sem saber se ele está ligado, porque a mínima possibilidade de ele estar levará ao perigo de queimadura.

Mas, ainda podemos falar de outras situações. Nem sempre o medo tem explicações tão lógicas e de senso comum. Todos nós temos medos ao longo da vida. O exemplo mais fácil e que de certeza que todos recordamos era o medo do escuro quando eramos crianças. Hoje conseguimos olhar e ver que o escuro não coloca perigo nenhum, mas na altura parecia um bicho-de-sete-cabeças.

Em situações mais extremas, certos medos podem tornar-se fobias, quando a pessoa deixa de ser capaz de enfrentar o foco do medo, ou então, quando o faz, afeta-a tremendamente. Algumas pessoas podem deixar de andar de elevador ou de avião devido a fobias e isso pode complicar-lhes a vida. Mas outras podem simplesmente optar por não estar perto de cobras ou outros animais que lhes cause medo ou fobia.

Assim, o medo tem muitas formas e feitios e não tem uma fórmula específica para todas as pessoas. Porém, uma coisa é certa, medo não significa fraqueza ou falta de coragem – é uma resposta adaptativa de preparação para o perigo, que existe desde sempre na espécie humana.

 

Tristeza

“Estou em baixo”, “Só me apetece chorar”, “Hoje não me sinto bem”, “Já nem consigo rir”, “Sinto-me cabisbaixo”. Isto são algumas frases que por vezes dizemos, ou ouvimos dizer. São alguns sinais da presença de tristeza. Outros sinais podem não ser falados, mas antes observados, tais como andar com os ombros curvados e com o olhar e a boca descaídos.

A tristeza é uma emoção natural, que pode ocorrer por reação a um acontecimento real negativo, por exemplo, quando temos um mau resultado num teste, ou então pode ser um estado emocional que perdura por mais tempo, como por exemplo, quando falece alguém que nos era querido.

É, portanto, importante compreender que existem diferentes “tristezas” e que a manifestação destas tristezas pode ser feita de muitas formas. Certas pessoas sentem-se mais à vontade a partilhar esta emoção com quem as rodeia, enquanto outras preferem guardá-la para si. E não existe uma forma certa ou errada de se sentir triste – podem apenas existir formas mais adequadas do que outras, dentro de um dado contexto.

Chorar, soluçar ou suspirar de tristeza são ações naturais dos seres humanos e permitem-nos exprimir (e por vezes ultrapassar) a emoção que estamos a sentir. No entanto, esta expressão de tristeza deve ser equilibrada com a existência de outras emoções. Em suma, tal como tudo na vida, as nossas emoções, e a nossa tristeza, têm de ser vividas, com conta, peso e medida.