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Gustavo Pedrosa

Gustavo Pedrosa

Todos os ciclos de vida têm os seus desafios e levam a um crescimento pessoal, mesmo que para isso tenhamos que perder algum do protagonismo individual. No entanto, não nos devemos deixar anular completamente, relembrando as nossas necessidades e características que nos tornam seres individuais.

Por exemplo, uma mãe recente perde toda a atenção que damos às mulheres grávidas, como as preocupações pelo seu bem estar e pelo seu conforto. A gravidez traz uma série de cuidados, tanto familiares, como da própria sociedade. Digamos que é difícil não sorrir perante o encanto de uma grávida…

Pelo contrário, a mãe recente passa a ser “apenas” a mulher responsável pelo bem estar do bebé e por tudo o que com ele se relaciona ou o rodeia. Se o bebé chora, a mãe é a responsável. Se o bebé está bem, é uma criança adorável! Basicamente, a mãe torna-se uma extensão da criança, sendo a responsável máxima por tudo o que se passa de menos bem com a criança.

Todas as pessoas à volta desta mulher mudam a sua atitude, de forma inconsciente. Tornam-se exigentes, com apenas um tema de conversa e de interesse: a criança!

Ora, como todos nós, estas mulheres têm o direito a serem isso mesmo… mulheres! Têm o direito a falarem sobre coisas banais ou assuntos mais complexos, sobre eventos sociais, mas acima de tudo a falarem sobre si próprias e as suas necessidades.

É importante que respeitemos o espaço e a individualidade da mãe, visualizando tudo o que há para além da sua condição materna.

Para isto, mais do que o casal, é importante perceber quais as reações familiares e sociais perante o nascimento do filho. Quais as pressões que surgem e quais os padrões que regem este núcleo familiar perante este novo ciclo de vida.

A família deve ajudar, tanto quanto possível, para que os recentes pais se sintam tão bem enquanto pais como enquanto seres individuais, com as suas características individuais.

E quando isso não acontece na rede alargada das relações, o casal deverá criar esse apoio dentro do própria família nuclear.

Para isso, será necessário o casal perceber quais os seus próprios padrões, os seus objetivos, limites e regras relacionais da sua, agora nova, família. Só depois de percecionar estes fatores, conseguirá manter o casal como casal, e não “apenas” como pais!