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Autor: Marta Porto

Tendo em conta a importância fulcral da relação estabelecida entre a mãe e o bebé e partindo da premissa que a qualidade das experiências iniciais encontra-se associada ao funcionamento e adaptação posteriores, é extremamente importante podermos falar num tom “mais levezinho” sobre algo essencial para esta relação: os mimos, como sinónimo de carinho e afecto.

Assim, poderíamos falar da culpa dos mimos a mais. Sim, é verdade, a investigação teórica e empírica revela que “mimos a mais” são benéficos e essenciais para o crescimento saudável da criança. Se é Mãe e sente que adora dar festas, abraços e colo ao seu filho e que é oficialmente uma “Mãe galinha e colinhas”, gostaríamos de deixar claro que é uma Mãe, no mínimo, muito competente e que muito provavelmente é culpada pela felicidade do seu filho.

Ao não ser possível estabelecer uma relação saudável sem segurança, sendo fundamental para a criança sentir que a mãe é o seu porto de abrigo, é igualmente determinante a proximidade física que reconforta e acalma as angústia e os medos, sendo fundamental os mimos, como sinónimo de amor, amor que apazigua e permite o desenvolvimento de um conceito de self como valorizado e digno de ser amado.

Gostaríamos de ressalvar que a proximidade e o conforto devem ser sempre acompanhados de encorajamento dos inúmeros comportamentos de exploração do meio. Assim, a criança sente liberdade e confiança para desvendar todo o mundo que a rodeia, o que, por sua vez, permite a construção de um modelo de relação seguro, em que o outro e o mundo não são encarados como perigosos ou ameaçadores, mas sim como protectores e reconfortantes.