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Gustavo Pedrosa

Gustavo Pedrosa

Quando o casal se une, no início da relação, as necessidades individuais são, em muitas situações, postas de lado. Mas, mais tarde, em situações de pressão, stress, desacordo ou simplesmente de rotina, essas necessidades individuais voltam a surgir, mas emergindo nem sempre da melhor forma!

As relações têm, na maioria dos casos, um fase inicial de conhecimento do outro, mas também de sedução. Estes fatores levam-nos a esquecer ou a relativizar e a readaptar as nossas necessidades, os nossos rituais, o nosso espaço, a nossa rede social e até as pequenas coisas que, no dia-a-dia nos dão algum gosto especial.

No entanto, estas necessidades individuais acabam por surgir ao longo da relação, mas nem sempre da melhor forma. Por vezes surgem já muito tarde, quando a rotina, as necessidades familiares ou a exaustão (laboral, física, familiar) se tornam demasiado “pesadas”.

O “segredo” nestas situações está em percebermos o que ainda nos faz sentido enquanto necessidade, em aceitar as necessidades da pessoa que está ao nosso lado e, aos poucos, negociar o espaço e o tempo individuais e do casal, com uma atitude complementar e de cooperação.

Em situações de rotura ou de zanga, estas necessidades, este espaço ou tempo individuais, são usados como forma de agressão ou retaliação. Para evitar que no futuro estas situações ocupem este papel de agressividade implícita, o casal deve, logo à partida, negociar os seus rituais, os seus desejos, o seu espaço e os seus gostos, impondo-se uma atitude de aceitação da nossa individualidade e do outro.

O casal não tem que fazer tudo em… casal! No entanto, também não deverá haver uma atitude de censura, chantagem ou “cobrança” quando estão separados. O casal deve aceitar o outro pelo que ele/a é, nutrindo a paixão, o amor e companheirismo pelo que a pessoa representa na sua totalidade.

Não devemos mudar toda a nossa personalidade no início da relação, quase que nos anulando e criando alguém que não existe. Mais tarde ou mais cedo, essa nossa nova personalidade acabará por cair.

Da mesma forma, não devemos tentar mudar o outro consoante os nossos desejos. Devemos apreciar a pessoa ao nosso lado, com os seus defeitos e virtudes, exigindo apenas o respeito igual por aquilo que nos torna únicos e pela qual nos apaixonámos.

Assim o casal saberá com o que conta, saberá o que o outro deseja e necessita, levando a uma atitude mais aberta, cooperante, comunicativa e de partilha.