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Ana Beirão

Ana Beirão

”Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo reflectido nos olhos dele”.

Carl Rogers

Já alguma vez se colocou no lugar do outro?  Olhou para uma situação ou problema e experimentou caminhar nos sapatos da outra pessoa? Há tamanhos pequenos, outros maiores e outros ainda parecidos com o nosso.

A perspectiva com que se observa os objectos, as situações, os problemas varia de pessoa para pessoa. Por exemplo, eu posso estar a olhar para uma escultura, o que eu vejo é o que está à minha frente. Consigo perceber o material usado, as cores, os pormenores. Tudo isto no meu campo visual. Uma outra pessoa olhando a mesma estátua mas de outro lugar que não aquele onde me encontro, vê outros pormenores, observa outros detalhes. Isto quer dizer que um mesmo objecto ou situação pode ser visto e interpretado de diferentes maneiras. Agora mudo de lugar, e observo a escultura da perspectiva do outro. Certamente que vou descobrir algo novo.

Imagine agora que encontra um amigo, familiar ou até mesmo um desconhecido que lhe conta um problema. Por vezes discutimos, criticamos o outro porque olhamos para o problema da nossa perspectiva, com base nas nossas convicções, valores, vivências. Não nos lembramos de nos colocar no seu lugar, de usar o seu campo de visão. Conseguimos relacionar-nos empaticamente com o outro, quando percebemos o seu marco de referência interno, com os seus significados e componentes emocionais. A empatia, implica assim, a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, de  compreender o que a pessoa pensa sobre o seu problema, as emoções que associa com os seus pensamentos e imagens.  É conseguir caminhar com os seus sapatos, por assim dizer. Identificamo-nos assim intelectualmente e/ou afectivamente com uma pessoa, uma ideia ou uma coisa.

Um ganho importante no desenvolvimento empático, é por exemplo: o reconhecimento dos sentimentos do outro, o que faz com que a resposta seja mais adaptativa ao momento (saber confortar o outro); a preocupação com os outros sabendo que estratégias o podem ajudar. A empatia ajuda-nos assim a estar emocionalmente disponíveis para os outros. E se consegue colocar-se no lugar do outro para o ajudar ou melhor lidar com a situação, então lembre-se que o outro também o pode fazer por si, se esta capacidade estiver bem desenvolvida.

A palavra empatia vem do grego empátheia: paixão, uma impressão recebida a partir do outro.