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Autor: Sara Guelha

“Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil.
Mas zangar-se com a pessoa certa, na justa medida, no momento certo, pela razão certa e da maneira certa – isso não é fácil.”

(Aristóteles, “Ética a Nicómaco”)

A inteligência emocional, na sua definição básica, comporta cinco domínios principais (Salovey & Mayer, 2000):

– Conhecer as próprias emoções. A autoconsciência, o reconhecimento de um sentimento enquanto ele está a acontecer, é a pedra base da inteligência emocional. Sermos capazes de controlar as emoções momento a momento é determinante para a instrospeção psicológica e autoconhecimento. A incapacidade de reconhecermos as nossas sensações deixa-nos à mercê delas. As pessoas que têm uma certeza maior a respeito dos seus sentimentos têm um maior controlo sobre as suas vidas, têm uma noção mais segura daquilo que realmente sentem a respeito das decisões que são obrigadas a tomar – desde com quem casar a que emprego aceitar.

– Gerir as emoções. Lidar com as sensações de modo apropriado é uma competência que nasce do autoconhecimento. A capacidade de nos tranquilizarmos a nós próprios, de afastar a ansiedade, a tristeza ou a irritabilidade ajuda-nos a uma maior estabilidade emocional e a um maior domínio sobre as situações. As pessoas a quem falta esta competência estão constantemente em luta com sensações de angústia, enquanto aquelas que a possuem recuperam muito mais depressa dos tombos que a vida nos obriga a dar.

– Motivarmo-nos a nós próprios. Mobilizar as emoções ao serviço de um objetivo é essencial para concentrar a atenção, para a automotivação, a competência e para a criatividade. O autocontrolo emocional (adiar a recompensa e dominar a impulsividade) está subjacente a todo o tipo de realizações. E ser capaz de entrar em estado de “fluidez” permite desempenhos de grande qualidade em todas as áreas. As pessoas que têm esta aptidão tendem a ser mais produtivas e eficazes em tudo o que fazem.

– Reconhecer as emoções dos outros. A empatia é a mais fundamental das aptidões pessoais. As pessoas empáticas são mais sensíveis aos subtis sinais sociais que indicam aquilo que os outros necessitam ou desejam. Isto torna-as particularmente aptas em profissões que envolvam a prestação de cuidados, o ensino, as vendas e a gestão.

– Gerir relacionamentos. A arte de nos relacionarmos é em grande medida a competência para gerir as emoções dos outros. A competência social está na base da popularidade, da liderança e da eficácia interpessoal. As pessoas que com esta capacidade bem desenvolvida têm um bom desempenho em tudo o que tenha a ver com a interação com terceiros.

As pessoas diferem nas suas capacidades em cada um destes domínios. Alguns de nós podem ser particularmente hábeis a controlar a sua ansiedade, mas perfeitamente incapazes de acalmar a de terceiros, por exemplo. Em suma, podemos sempre melhorar cada um dos domínios da nossa inteligência emocional, numa perspetiva de desenvolvimento pessoal e melhoria da qualidade de vida.