Tempo de Leitura: 2 min
Inês Custódio

Inês Custódio

Acredita na perfeição?

O que é para si essa perfeição?

É frequente ouvirmos esta palavra no dia a dia. Numa sociedade onde desde pequenos somos incentivados a procurar fazer e ser o melhor possível é habitual existirem comentários do tipo “está quase perfeito” ou “não estás a fazer isso de forma perfeita”, e que nos incentivem a fazer as coisas da maneira mais e mais perfeita.

Mas, cuidado nesta busca…

A verdade é que procurar o perfecionismo será uma tarefa árdua, desgastante e com elevado sofrimento para qualquer pessoa. Isto acontece porque quem tem esta característica na sua personalidade tem um sentimento de responsabilidade excessivo, uma grande necessidade de controlo e com uma atenção extrema ao detalhe. Estas características levam a que seja difícil distinguir o que é essencial (aquilo que importa que fique bem feito) do que é acessório (o que poderia ser feito mais depressa e de forma “atabalhoada”), sendo habitual a pessoa colocar uma dedicação extrema em toda e qualquer atividade. Numa primeira impressão, pode ser considerado competência e dedicação, mas a longo prazo esta característica trará imensas perdas e consequências devido ao tempo despendido em cada atividade (geralmente excessivo), um sentimento de insatisfação constante com aquilo que é alcançado e uma grande dificuldade em aceitar que se pode ter valor, mesmo não fazendo tudo  na perfeição.

Será que a perfeição é alcançável? Será que mesmo quando se atinge o que parecia ser a perfeição, há um sentimento de plenitude? As respostas prováveis são “não”!

A perfeição existe enquanto um estado, um sentimento ou um momento ideal. Porém, esta procura pouco tem a ver com ações ou objetos no exterior e mais com um desequilíbrio interno, uma insatisfação na forma mais profunda de ser. O perfecionismo surge assim como uma tentativa de tapar um “vazio” que se sente cá dentro. O problema reside em os problemas interiores não poderem ser resolvidos cá fora, pois o mais provável é acabar numa busca incessante, sem resposta aparente e cada vez mais escravo da necessidade de ser e fazer perfeito a todo o momento, afastando-se cada vez mais do verdadeiro ser interior.

Descubra-se, reinvente-se, desafie-se a ser imperfeito de propósito e veja o que sente com isso! – Será algo semelhante a um sentimento de liberdade?