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Inês Afonso Marques

Inês Afonso Marques

Na idade escolar, muitas crianças, percebendo o poder de certas palavras, usam-nas para gozar, aborrecer ou magoar os colegas e, outras crianças, passam pela experiência de ser gozadas. Este acontecimento reflecte o desenvolvimento das competências sociais. Uma criança que goza com outra, no seio da sua imaturidade em competências sociais, procura a aprovação dos pares. Por outro lado, evidencia as diferenças interpessoais, no sentido de se auto-valoriozar e de promover a sua auto-estima. Para além disso, muitas vezes a criança que goza com o amigo está a reproduzir modelos de sarcasmo que vê nos desenhos animados ou de um bom humor saudável a que assiste na família.

Parece perverso, não? Embora estas sejam algumas possíveis explicações do ponto de vista do desenvolvimento, tanto quem goza como quem é gozado precisa de algum apoio. E, na verdade, ao longo do crescimento, num momento ou noutro, todos acabam por experimentar os dois lados…

 

Se o seu filho é o gozão…

– Não reaja de forma exagerada. É natural que não goste de ver o seu filho a abusar de um colega. Mas, lembre-se… Na origem deste comportamento menos adequado pode estar uma busca de atenção. Ao reagir de modo exagerado poderá, sem querer, estar a potenciar esse comportamento, aumentando a probabilidade de ele voltar a acontecer. De forma calma, mas firme, ajude o seu filho a perceber que há certas palavras que magoam os outros e lembre-o como é desagradável a sensação de se sentir excluído ou gozado.

– Fomente a empatia. Independentemente da causa das provocações, conversar com a criança a cerca do efeito que o seu comportamento tem nos outros, ajuda-a a colocar-se no papel da outra pessoa. Ajude-o a pensar como é que ele se sentiria se lhe chamassem baixote ou girafa e enfatize que o aspecto físico de uma pessoa nada diz sobre a sua maneira de ser. Lembre-se, também, que os adultos são modelos para as crianças, por isso, evite fazer comentários negativos sobre outras pessoas.