Porque é que a relação não deu certo?

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Porque é que a relação não deu certo?Porque é que às vezes um relacionamento não dá certo? Sobretudo quando iniciamos um relacionamento com alguém que nos atrai fisicamente e com quem temos afinidades importantes?

A resposta a esta questão é complexa pois depende de vários fatores.

 

Aqui começa o desafio, uma vez que o reportório emocional de ambos influência o modo como se expressam, ouvem, sentem e reagem.

Cada um interpreta as situações de acordo com as suas experiências pessoais, crenças, memórias traumáticas, cenários imaginários, feridas emocionais e expetativas.

Quando, por exemplo, um dos cônjuges  pretende ajudar o outro a solucionar um problema, agindo em conformidade com a sua intenção positiva e o seu par interpreta a sua ação como um ataque às suas capacidades, sentindo-se traído, podemos constatar um equívoco de comunicação altamente destrutivo para o bem estar da dinâmica relacional.

A maioria das pessoas pode achar que comunica de forma certa e que o problema está no outro, é ele e/ou ela que sofre de incapacidade em entender. Emitindo–lhe automaticamente um selo de incapacidade, desvalorização e palavras de desamor.

Sendo assim, constata-se que o enredo psíquico gerado há muito é alimentado, num ciclo sem fim, pelas suas interpretações negativas e o auto sabotador interno revela-se.

O domínio do auto sabotador pode ser ilustrado pela situação em que um dos cônjuges  tem diariamente atitudes amorosas com o outro, e certo dia começa a contar, de uma forma repetitiva, uma história que implica o bem estar de crianças e sente-se preocupado. A outra parte, não leva em consideração as suas atitudes amorosas nem as suas palavras de preocupação mas o facto de a história ter ligação com uma namorada de há 29 anos. Isto faz com que ela interprete as suas palavras de um outro modo: “sou menos importante que essa outra pessoa, não me estás a priorizar quando sabes que também eu estou com problemas”.

Então, como sair deste carrossel?

Enfrentando-se.

Assumindo responsabilidade pelos seus equívocos, tratando da dor e da culpa que esse movimento transformador acarreta, aceitando que o outro age de forma diferente, agarrando-se às suas intenções positivas, prestando atenção aos sentimentos do seu par e sobretudo sentindo-se merecedora de ser amada.

A título de conclusão, para ter um relacionamento duradouro e saudável, as pessoas “devem” atualizar o seu programa emocional e descodificar as intenções dos seus parceiros. Se não conseguirem fazê-lo, cria-se um estado de stress com alto impato na saúde física e mental de ambos. É necessário trabalharem em si mesmos, transformando os seus padrões disfuncionais, para atingirem em conjunto uma harmonia mais íntima e na qual o “vocabulário emocional” fale a mesma língua.

Maria Bartolomeu
Maria BartolomeuPsicoterapeuta corporal. Formadora
2017-06-13T11:09:09+01:0013 de Junho, 2017|
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