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Autor: Pedro Garrido

Vivendo nós em sociedade, em que todos temos características pessoais e fragilidades, a frontalidade e falta de filtro social é algo que nos traz diversas complicações. Assim sendo, vamos representando diferentes papéis sociais conforme o contexto em que estamos inseridos. É algo necessário e depende das nossas capacidades de adaptação.

Os problemas começam quando, depois de tanta representação, deixamos de saber efectivamente quem somos, ou quem queremos ser. Por outro lado, torna-se também difícil podermos expressar como estamos, pois por vezes o contexto não nos permite ou julga-nos por isso. Por exemplo, alguém que no local de trabalho é visto como o brincalhão e bem-disposto, num dia em que esteja mais calado ou mais irritado pode ser facilmente julgado, sem se ter em atenção que todos temos direito de estarmos de acordo com o nosso estado de espírito, desde que este não seja pernicioso para o ambiente que nos rodeia. Tal como uma pessoa que seja reservada, mesmo num contexto familiar, num dia em que se sinta mais extrovertida pode ser julgada e inibida pelos outros com comentários como “hoje estás descontrolada”, quando na realidade pode só ser um dia mais feliz. Quando se faz um comentário destes pode-se de forma evidente inibir as pessoas que nos rodeiam de evoluírem ou de serem quem sentem ser nessa altura.

Neste sentido, pode ser importante não fazermos juízos de valor sobre tudo o que se passa à nossa volta, bastando por vezes perguntar como a pessoa está.

E assim muitos de nós ficamos com medo de mostrar quem somos e como nos sentimos, pois desta forma também nos expomos a críticas e a julgamentos, e podemos sentir-nos sós e incompreendidos.

Por isso, não seja também impulsivo nos juízos que faz. Todos temos direito a dias em que nos sentimos de forma diferente.