Tempo de Leitura: 2 min
Cristiana Pereira

Cristiana Pereira

Com certeza que já se deparou com várias notícias sobre o facto do número de casamentos em Portugal ter diminuído ao contrário do número de divórcios, que aumentaram significativamente.
Ao mesmo tempo, parecem existir casais que parecem constantemente apaixonados, ultrapassam barreiras e irradiam felicidade. Então qual será o seu segredo?

Se olharmos para a nossa sociedade, facilmente percebemos algumas mudanças a nível social que se foram manifestando ao longo das últimas décadas. Por um lado, a mulher detém uma independência económica que não tinha há trinta anos atrás, dando-lhe assim diferentes opções em relação ao percurso da sua vida. Por outro lado, o contexto de um casamento faz com que cada um dos membros do casal procure ser feliz. A felicidade assume, então, um papel central na vida a dois, sendo que o maior desafio que os novos casais enfrentam é (re)conquistá-la.

Numa relação, existem duas fases: a paixão e o amor. A paixão caracteriza-se por uma atracção física mas também por um pensamento constante no outro que, dura, em média dois anos. Depois desta fase, surge o amor companheiro que é baseado na realidade e já não na idealização presente durante o período da paixão. Assim, os projectos idealizados que se fazem durante a primeira fase da relação dão lugar à necessidade de tomar decisões reais e dão lugar à constatação de que o outro, que no início da relação era perfeito, agora também tem defeitos.

E, é neste período, depois da paixão, as incompatibilidades revelam-se e surgem os conflitos entre o casal. No entanto, é perfeitamente natural e desejável que assim seja, já que pensar numa relação amorosa que só é composta por benefícios é uma visão idealista e irrealista.

Portanto, podemos dizer que é esperado que existam as referidas crises, pois quando uma relação se torna estável, cristaliza e não evolui. Com isto, todos os casais têm as suas crises, mesmo os mais felizes. A questão que se pode colocar é como saber encará-las para que se tornem algo produtivo para a relação. Por outras palavras, os momentos menos bons podem ser uma fase de reajustamento da relação e uma oportunidade de crescimento do casal.