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Autor: Lúcia Bragança Paulino

O choro é a forma de comunicação mais primitiva e mais importante do recém-nascido e nenhum outro sinal tem junto dos pais um efeito tão forte. Responder às exigências do choro do recém-nascido torna-se o primeiro desafio com que os pais recentes têm que lidar. Terão que o conhecer para identificar qual o significado que o bebé está a dar àquele choro.

A nossa sociedade/cultura transmite sentimentos negativos acerca do choro. É natural que os pais passem por diferentes sensações, sentimentos, decisões e estratégias para lidar com o choro do seu filho. O receio de “mimar” o bebé leva a que muitos pais desprezem o choro do seu filho e que evitem pegar nele ou reconfortá-lo. É no entanto impossível dar demasiado carinho, atenção ou contacto físico quando o bebé precisa exatamente desse conforto.

Para autores como Ainsworth, Bell & Stayton (1974) o choro é considerado um comportamento de ligação visto que serve para aproximar mãe e filho. Se no início este comportamento é relativamente indiferenciado, com o tempo, torna-se parte integrante de um complexo modo de comunicação. Vários estudos desenvolvidos sobre esta temática demonstram que a sensibilidade materna está associada à diminuição do choro durante o primeiro ano. Tal facto veio sustentar a hipótese de que a prontidão da resposta materna ao choro, no contexto de uma relação de geral aceitação e sensibilidade entre a mãe e o bebé, está associada à diminuição do choro durante o primeiro ano de vida do bebé.

O tipo e duração do choro serão também influenciados pelo temperamento do bebé, bem como a sua capacidade de se confortar e acalmar sozinho.