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Autor: Inês Mota

Será que as pessoas se juntam por amor? Certamente que muitos estarão cientes das razões pelas quais optaram casar, que poderão ser outras para além daquelas feitas de amor…

Mas mesmo aqueles que julgam casar por amor, será que é realmente o amor que os une? E se é, o que é então isto do amor?

Na fase da paixão e do enamoramento as pessoas descrevem sentimentos avassaladores que apenas parecem explicáveis pelo encontro inquestionável com a sua “alma gémea”.

No entanto e para além do turbilhão de sentimentos afrodisíacos que nos parece fazer escolher o outro, de forma quase hipnótica, a verdade é que fazemos uma escolha, há uma seleção que é feita quando optamos formar um casal com “esta” pessoa e não com “outra”.

Para aléns dos fatores mais biológicos como a questão da atração sexual, existem outros fatores que atuam de forma menos consciente e que estão presentes na escolha do parceiro que elegemos para ser nosso companheiro de viagem.

Quando parece que encontrámos aquela pessoa ideal, é porque de facto pode haver nesse momento uma coincidência com a imagem complexa daquele que seria o parceiro ideal que andámos a “cozinhar” desde tenra idade.

Desde a infância e na família dois tipos de modelos podem ser cruciais para a formação deste ideal, o modelo de intimidade observado pelo subsistema conjugal, fornecido à partida pelos pais, e o modelo desenvolvido pelo tipo de relações conseguidas na fratria, pelas relações com os irmãos.

Dependendo da satisfação (nem sempre consciente) das vivências no núcleo familiar, a escolha do parceiro ideal pode ser feita numa base de resolver “falhas” sentidas e vividas na família de origem, tentando-se reparar pela relação algumas insuficiências sentidas ou pelo contrário como forma de resolver conflitos que não ficaram liquidados com os pais e que irão de alguma forma “minar a relação”.

Existem ainda outros fatores presentes no momento da escolha, como a identificação no “the one” das características que permitirão assegurar as necessidades de companhia, segurança e proteção sempre presentes no ser humano.

E obviamente ainda as expectativas mais de ordem sócio cultural, que podem versar sobre “quem é melhor para casar”.

Continuemo-nos a deixar arrebatar pelo amor, sabendo então que nesse momento da escolha, o amor é feito destas “pequenas coisas”…