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Ana Oliveira

Ana Oliveira

«E foram felizes para sempre!»

«Até que a morte os separe!»

«São perfeitos um para o outro!»

 

Estas são frases que ouvimos desde pequeninos e mediante as quais vamos construindo algumas ideias da relação de casal. Sonhamos e suspiramos com este tipo de frases e acabamos por nos deixar contagiar por estes ideais românticos.

 

Mas afinal estas crenças e mitos desenvolvidos ao longo de tantos anos o que representam na realidade? Existem casais perfeitos? É importante para nós ser um casal perfeito? Para quê? Para quem?

Arrisco já responder que, mais do que pensar se existem ou não casais perfeitos, a mensagem mais importante talvez seja em vez de censurar e criticar o outro e a relação em si e perdermo-nos no campo do ideal, importa a aceitação do que tenho e sou e encontrar formas assertivas de interação que satisfaçam ambos.

Todos nós temos expetativas, sonhos e desejos ao construir a relação de casal. Esperamos que exista entendimento, compatibilidade, cumplicidade, partilha, sem discussões, sem conflitos, entre tantas outras coisas. Mas são estas expetativas que muitas vezes geram ansiedade e frustração no casal, pois queremos que tudo seja tão perfeito que acaba por ser difícil correr bem.

Isto poderá acontecer porque as diferenças estão a ser encaradas como ameaçadoras e os conflitos/discussões vistos como barreiras. Cada um destes aspetos deve ser antes assumido como aproximações entre pontos de vista que sendo diferentes podem-se conciliar, aprendizagens, renovações e avanços. Não temos de temer o conflito e a diferença, mas antes aceitá-lo como crescimento individual e da própria relação, afastando a ideia de que, deste modo, algo não estará a resultar ou que existe falta de amor.

Na verdade, talvez devêssemos mesmo é afirmar «nós somos o casal ideal» (seja lá o que isso for!).

Cada um é o casal que construiu à sua maneira, com a sua gargalhada, o seu choro, o seu cumprimento, o seu rosto, a sua identidade… e na sua essência, ideal!