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Autor: Vanessa Damásio

As famílias deparam-se com dificuldades e problemas diariamente, tentando ultrapassa-los da melhor forma possível. No entanto, por vezes, podem ocorrer dificuldades e conflitos cuja solução necessite da ajuda de um profissional.

As mudanças no seio das famílias são normalmente geradoras de problemas e perturbações mais ou menos intensas. Essas mudanças podem dar-se a vários níveis: ao nível individual, relacional, profissional e inclusivamente social.

Efetivamente, as minas que envolvem uma família, criam um campo perigoso, no qual é necessário andar com muita cautela e ponderação. Na realidade familiar, o que promove estes cuidados em campo é, acima de tudo, uma boa comunicação transparente acompanhada da expressão dos desejos e necessidades de cada um, bem como uma equilibrada distribuição do poder e da estrutura familiar.

As famílias contemporâneas têm apresentado uma grande diversidade na sua composição, produto de mudanças sociais constantes (separações, novos casamentos, entre outras) que, se por um lado é importante acompanhar a evolução dos tempos, por outro lado, nem todos estão igualmente preparados para tomada de decisões que questionam valores, interesses e redefinem uma maneira de conviver.

Os problemas familiares não são responsabilidade de uma única pessoa, pois estão inseridos num contexto familiar em que cada membro da família tem um papel e funções que contribuem para a situação que está instalada no dia-a-dia, e que normalmente traz sofrimento para todos. Frequentemente, acontece que quem reflete os sintomas mais evidentes é apenas uma única pessoa, e frequentemente são as crianças, os seres mais frágeis, vulneráveis e manifestos.

Deste modo, face às necessidades e anseios de cada membro da família individualmente, pode-se ter momentos em que a harmonia fica comprometida.

Existem efetivamente diferenças nos papéis familiares e são estabelecidas regras baseadas em valores e crenças de quem inicialmente realizou o projeto de construção familiar. O que ocorre é que com o passar dos anos novos elementos vão sendo agregados ao conceito de família, de um lado o crescimento e por outro lado o envelhecimento dos componentes da família o que vai modificando o processo de convivência. Estes momentos são também geradores de crises originadas por estas situações novas.

O Terapeuta Familiar pode ajudar nestes momentos, em que o “um por todos e todos por um” passa a ser mais negativo que positivo.

Para tal é fundamental que a família reconheça que os seus esforços para resolver uma situação, não estão a funcionar, e que a mesma piora ao invés de melhorar, tornando-se num convívio perturbador que compromete o bem-estar e a qualidade de vida de todos.

O Terapeuta Familiar pode assim proporcionar saídas criativas, construir em conjunto um diálogo aberto que permita a criação de novas alternativas mais adaptativas, preservando sempre a integridade e o respeito de todo o sistema familiar.

A Terapia Familiar visa co-construir novas soluções, entender perspetivas e expectativas, permitindo a cada um colocar-se no lugar do outro, para que “um por todos e todos por um” seja uma realidade produtiva, funcional e equilibrada para cada família.