Supõe-se que para o bebé pequeno as sensações da pele e a sensação cinestésica (sensibilidade aos movimentos) sejam extretamente importantes. Os bebés são facilmente acalmados com palmadinhas leves e com calor, como também choram em resposta a estímulos dolorosos e ao frio. Através dos receptores da pele o bebé percebe a mensagem do toque (sentimento e/ou emoção).. desde a pressão exercida, como a forma de pegar que é diferente de pessoa para pessoa.
O bebé discrimina, de forma parecida com a do adulto, o outro a partir da qualidade do seu aperto de mão – parte do modo como reagem deve-se à estimulação exteroceptiva da pele.
O toque confirma a existência de uma realidade objetiva, no sentido de que é alguma coisa externa, que não eu próprio. As pontas dos dedos do bebé fornecem a existência de um universo, levando-o ao desenvolvimento da consciência de seu próprio corpo e o da mãe, constituindo o seu primeiro e fundamental meio de comunicação; a sua forma de entrar em contato com outro ser humano.
Os bebés emitem comportamentos com a finalidade de manter o seu contato com a mãe. Quando o bebé é frustrado nesta tentativa de contato acaba por poder recorrer a outros recursos, tais como chuchar nos dedos, agarrar parte de si mesmo, balançar-se, ou mesmo diminuir drasticamente as suas iniciativas de contacto. Os seres humanos tornam-se adultos ternos, amorosos e carinhosos na medida em que recebem cuidados de acordo com as necessidades desde os primeiros anos de vida.
A massagem é uma forma ampliada de tocar com qualidade, proporcionando descanso em determinadas partes ou mesmo no corpo todo. A massagem é bastante adequada aos bebés – beneficia a frequência cardíaca, a respiração e a digestão.
Shantala é o nome da técnica de massagem para bebés usada há milhares de anos na Índia. Foi um obstetra francês – Frederick Leboyer – que observou, em Calcutá, uma mãe a massajar o seu bebé e trouxe para o mundo ocidental esta técnica e batizou estes movimentos com o nome daquela mulher: Shantala; que é simultaneamente uma arte de dar amor e uma técnica!
O bebé sinaliza as suas necessidades por meio do choro ou do sorriso, reagindo conforme os pais respondem aos seus apelos, levando-o ao colo, acalmando-o. Tais comportamentos são fundamentais para a formação de vínculos e estabelecimento de elo afectivo familiar, que é uma segunda etapa, posterior ao contacto inicial pós-parto.
Da relação saudável que ocorre entre a mãe e o bebé, constitui-se a subjetividade do sujeito, conforme Winnicott (1999), ao se referir ao desenvolvimento emocional-afetivo da criança.
Encontramos ainda em Winnicott (1982) que a mãe ao tocar, acariciar o bebé, aconchegá-lo, falar com ele e, principalmente, ao olhá-lo (expressão facial) cria-se o espelho onde o bebé se vai ver e inicia a sua forma de comunicação.