Quando um casal decide avançar com a decisão de ter um filho é um momento de alegria e de sonhos que borbulham. Menina ou menino? Nome? E o quarto? As roupinhas?
Contudo, à medida que o tempo passa e não surge a sua concretização, a alegria com que decidiram engravidar pode tornar-se em frustração e mesmo desespero.
Os exames médicos estão bem, usam-se todas as estratégias para controlar a ovulação e a eficácia da fecundação, mas o resultado do teste de gravidez não se altera. As pessoas que rodeiam o casal pressionam, os casais amigos questionam… todos os relógios parecem estar em decrescente, num tempo que não se sabe quem instituiu, mas que agora está a ser um inimigo daquela que deveria ser uma bênção.
A ansiedade toma conta da situação e ganha força: não se pensa em mais nada, mudam-se rotinas, tudo gira em torno das tentativas de engravidar que mais parecem atos mecânicos de o conseguir, as leituras, as conversas, etc.
A ansiedade também domina o corpo: o ciclo hormonal, descontrolando os períodos fertéis; o pH da vagina, a acidez não propicia a fecundação; durante a relação sexual o aumento excessivo de produção de adrenalina além das doses normais inibe a fecundação; diminuição da libído e consequente baixa na frequência das relações sexuais com diminuição na probabilidade de engravidar, entre outros. Torna-se difícil para o casal lidar com todos estes elementos e o próprio relacionamento do casal se ressente, ao ponto de se questionar a competência e o valor individual e como casal.
Quando se pretende engravidar a ansiedade pode criar um cocktail que afeta a parte emocional, fisiológica, hormonal e relacional do casal.
Assim, talvez seja importante procurar relaxar seja através de atividades de relaxamento, desportivas, dança ou leitura, escrita; procure mimar o casal, encontrar momentos de paz e intimidade a dois, sem pressões, nem missões; obriguem-se a pensamentos positivos e otimistas; etc. Podem ainda recorrer a apoio psicoterapêutico que poderá ajudar o casal da melhor forma neste período.