Autor: Sara Guelha
Todas as emoções são impulsos para agir, para enfrentar a vida. A própria raiz da palavra emoção é “motere”, o verbo latino “mover” mais o prefixo “e”, mover para, sugerindo que a tendência para agir está implícita em todas as emoções.
Sabia que cada emoção prepara o nosso corpo para um tipo de resposta muito diferente?
Vejamos alguns exemplos:
– Com o medo, o sangue corre para os grandes músculos, como os das pernas, facilitando a fuga e empalidecendo a face, devido à perda de fluxo sanguíneo, e o corpo imobiliza-se por breves instantes. Circuitos dos centros emocionais desencadeiam um fluxo de hormonas que colocam o corpo em estado de alerta, mantendo-o tenso e preparando-o para a ação, e a atenção fixa-se na ameaça presente para melhor avaliar que resposta dar.
– O amor, os sentimentos de ternura e a satisfação sexual provocam uma excitação parassimpática, uma “resposta de relaxamento” que pressupõe um conjunto de reações corporais que geram um estado geral de calma e contentamento, facilitando a cooperação.
– O arquear das sobrancelhas provocado pela surpresa permite o alargamento do campo visual e a entrada de mais luz na retina. Este movimento oferece mais informação sobre o acontecimento inesperado, tornando mais fácil perceber exatamente o que se está a passar e elaborar o melhor plano de ação.
– Uma das principais funções da tristeza é ajudar-nos a adaptarmo-nos a uma perda significativa, como a morte de alguém ou um grande desapontamento. A tristeza pressupõe uma quebra de energia e do entusiasmo pelas atividades diárias e, à medida que se acentua, abranda o metabolismo do corpo.
– Com a ira, o sangue flui para as mãos, tornando mais fácil ter uma reação de violência; o ritmo cardíaco aumenta e uma descarga de hormonas como a adrenalina gera uma onda de energia suficientemente forte para permitir uma ação vigorosa.
– Entre as principais modificações biológicas provocadas pelo bem-estar conta-se a atividade acrescida de uma parte do cérebro que inibe os sentimentos negativos e favorece um aumento da energia disponível, gerando uma calma que faz com que o corpo recupere mais rapidamente da excitação biológica provocada pelas emoções perturbadoras.
Permita-se assim estar em contato com as emoções que surgirem em determinado momento e sinta-as no corpo – quais as sensações corporais que as mesmas provocam.