Já ouviu falar de biofeedback? Se calhar não.
Este “palavrão”, muito utilizado nas áreas da psicologia e da medicina, significa que para qualquer mudança psicológica ou comportamental, existe uma mudança fisiológica no nosso corpo ou no nosso cérebro, e vice-versa. Isto significa que, aprendendo certas técnicas, podemos alterar a nossa fisiologia através de mudanças no nosso comportamento. Sim, é verdade, os nossos caminhos neuronais não são estanques, estão sempre a alterar-se e através do biofeedback estas mudanças tornam-se conscientes e direcionadas de acordo com os objetivos da pessoa.
Assim, numa consulta na Oficina de Psicologia ou até num workshop, não estranhe se o seu psicólogo falar de biofeedback. Na prática clínica, ele é utilizado da seguinte forma: a própria pessoa vê os seus sinais fisiológicos a acontecerem em tempo real (por exemplo, registo dos batimentos cardíacos), e através de reforço imediato de certos comportamentos, a pessoa aprende a alterar estes sinais. O que se procura é a obtenção de uma maior consciência do funcionamento do nosso corpo, para que, ao alterar as respostas fisiológicas, também se altere o nosso comportamento e a nossa mente.
O tipo de biofeedback utilizado varia conforme o pedido da pessoa, a problemática em questão ou os sintomas apresentados. Por exemplo, numa pessoa que está ansiosa pode hiperventilar (isto é, ter uma respiração ofegante e repetida, que leva a um excesso de oxigénio no sangue), e nesse caso o biofeedback respiratório pode ser importante; enquanto que para outra pessoa ansiosa, o principal sintoma pode ser o aumento dos batimentos cardíacos, pelo que se utilizaria um eletrocardiograma.
Não obstante o instrumento ou o teste utilizados, a “moral da história” mantém-se: o biofeedback é uma arma a utilizar na luta do bem-estar psicológico.
Autora: Catarinha Cunha