Autor: Suely Galvão
O jogo não é somente uma dinâmica interna mas uma actividade dotada de significado social. Ao brincar a criança explora e estabelece relação com o mundo e com os outros, promovendo o seu desenvolvimento social, emocional, cognitivo e afectivo; vai conhecendo progressivamente os seus limites, sendo o jogo uma forma de reproduzir situações vividas e fazer o treino de comportamentos.
Mas o jogo é muito mais! Aguça a imaginação e a criatividade, ajuda a lidar com o medo e a frustração, promove a autonomia dos movimentos e o desenvolvimento táctil, desafia a criança e estimula-a a ultrapassar obstáculos, bem como a acalma ao provocar relaxamento muscular. Brincar cria, de facto, conexões cerebrais e estimula a inteligência.
Fica a proposta para a família: implementar 5 minutos de interacção diária durante esta semana, guiados por um conjunto de orientações muito específicas que visam ajudar a transformar o modo como a criança se relaciona e se regula. Pretende-se maximizar a sintonia com a criança, a sua felicidade e segurança, o seu potencial de desenvolvimento e de interacção.
Durante os 5 minutos de brincadeira especial é importante:
Evitar: Fazer perguntas, dar ordens e criticar.
Todo o comportamento inapropriado deve ser ignorado, sempre e quando não represente um perigo.
Aplicar: Elogios que especifiquem concretamente o que a criança fez bem.
Reflectir/espelhar frequentemente aquilo que a criança diz.
Imitar o comportamento da criança.
Descrever o que a criança está a fazer.
Utilizar muito entusiasmo e entoação na interacção.
Para o desenvolvimento das competências das crianças e dos vínculos afectivos pais-filhos, devem criar-se as condições para que seja possível a existência de um espaço de jogo. Este espaço de jogo refere-se, na verdade, a ter tempo para integrar as brincadeiras das crianças e fazê-lo de forma consistente. Bastam 5 a 10 minutos diários!
Assim, brinque! Brinque muito com os miúdos da casa!