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António Norton

António Norton

Os exames estão à porta, os testes, as provas, as entregas. A ansiedade aumenta e o tempo escasseia. É preciso reter informação, memorizar o conteúdo mais importante de vários textos.

A questão que se coloca é, como fazê-lo?

Como pegar num texto que se apresenta como uma mancha gráfica, aparentemente difusa e interiorizar os principais conteúdos que encerra? Numa palavra: como poderemos estudar eficazmente? Um estudo eficaz implica várias componentes. Neste artigo vou debruçar-me, essencialmente, sobre a forma eficaz de ler, por forma a reter a informação necessária.

Ler é um prazer! Um enorme prazer, mas pode tornar-se aborrecido, enfadonho, consoante a leitura que estamos a fazer e a nossa predisposição motivacional para tal.

Ou seja, nem sempre lemos o que queremos ler. Por vezes, temos de estudar livros, artigos, textos, para os quais não sentimos o menor ímpeto e vontade.

Quando a motivação é reduzida a leitura torna-se uma actividade que poderá promover a dispersão.

Estudar não é ler um livro, como se lê um romance. Esse tipo de leitura descontraída permite a apreensão geral da informação, mas não um aprofundamento e interiorização de conteúdos específicos. Uma leitura cuidada, implica uma leitura atenta e faseada.

Uma primeira ideia que gostaria de deixar, é a ideia de ler em voz alta. Quando lemos em voz alta o risco de dispersão reduz-se significativamente. O nível de foco atencional aumenta. Ouvir a nossa voz contribui para a capacidade de memorizar o que estamos a falar.

Quando lemos em voz baixa, muitas vezes entramos num registo meramente funcional de leitura que não implica uma interiorização e compreensão do conteúdo.

Se sentir que está a dispersar-se, então será útil acompanhar a leitura com o dedo ou um lápis ou caneta. Quando estamos a ler em voz baixa a nossa rapidez de leitura pode ser muito superior à nossa capacidade de compreensão dos conteúdos. Lemos, dispersamos e, verdadeiramente, não entendemos o que estamos a ler. Para evitar entrar nesse ciclo é útil ler em voz alta e acompanhar a leitura com um instrumento de escrita ou o dedo. Isso criará uma tendência para reduzir o ritmo de leitura e a possibilidade de acompanhamento entre o ritmo da leitura e a apreensão dos conteúdos lidos melhorará significativamente.

A leitura também deverá ser faseada, ou seja, o ideal será repartir a leitura por parágrafos ou frases significativas. Ler, parar, compreender e depois continuar.

Vou fazer aqui um paralelismo: a leitura deverá ser feita com a mesma atitude dos provadores de vinho. Os provadores não engolem o vinho de um trago. Em vez disso saboreiam-no, tranquilamente, e procuram as várias cambiantes que o líquido precioso pode conter.

Ora uma leitura “saborosa” implica, justamente, essa ideia: a ideia de saborear. E, para isso, é preciso parar. Não ler tudo de enfiada em voz baixa. Assim, facilmente, entrará a dispersão que o convidará sedutoramente a outros rumos. O pior é que a maior parte das vezes aceitamos o convite, mas continuamos a ler. Simplesmente, estamos apenas a ler funcionalmente e sem uma verdadeira compreensão do seu conteúdo.

Portanto, para combater a leitura que conduz à dispersão, será útil dividir o texto em parágrafos ou frases e ler em voz alta. Ler, parar, compreender e continuar. Se necessário, acompanhar a leitura com um instrumento de escrita ou o dedo. Penso que vale a pena pensar sobre.

Um abraço e boas leituras!