Autor: Joana Leão
Em jeito de brincadeira, por vezes descrevo este sentimento ou estado como “uma sensação de absorção ao contrário…”
Mesmo com um prazo de validade curto a paixão move e remove as “profundezas” do ser de cada um de nós… É tão sublime como uma brisa agradável que sentimos na cara num dia de verão e tão intensa que nos absorve na totalidade… Experiencia-se sentimentos “fortes” como a alegria, felicidade, plenitude e prazer…
O coração dispara… Por vezes quase “salta” do peito… Todos os momentos são potenciais experiências sentimentais…
Se me permitem a graça, a paixão bem que podia ser o ginásio do coração…
“Paixão inimiga da hipertensão”!
Mas a paixão não é imprópria para cardíacos, ou será?
Numa exposição do Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, são enumerados 6 factores protectores do coração:
- Determinar as nossas necessidades calóricas;
- Controlar a massa adiposa (conceito mais agradável do que gordura!);
- Colesterol;
- Tensão arterial;
- Triglicéridos;
- Frequência Cardíaca Matinal.
No mesmo artigo, “Sempre que estudo uma doença”, dizia Louis Pasteur (cientista francês), “a minha ideia não é encontrar uma cura, mas sim descobrir um meio para a sua prevenção.”
Então, relacionando a premissa deste nobre cientista e o facto de a prevenção das doenças cardiovasculares passarem por alterações no estilo de vida (ingestão de alimentos frescos, alguma actividade física e redução do stress) eu na minha leiga e modesta opinião, embora que pretensiosa pela arrojo nesta minha expressão, deveríamos considerar aumentar os factores protectores… Adicionando um sétimo… A PAIXÃO…
Se eu escolho perpetuar comportamentos que trazem malefícios como o tabaco ou a ingestão de alimentos demasiados gordos, também poderia optar por me apaixonar diariamente que nitidamente combate factores de stress e diminui a necessidade do nosso organismo na ingestão de alimentos calóricos expressando-se automaticamente nos níveis de colesterol, tensão arterial e triglicéridos…
Como?
Em primeiro lugar desmistificar o conceito Paixão… Alargar este conceito e torna-lo mais abrangente deixando de estar circunscrito apenas ao acto de nutrir um sentimento por outro ser humano…
depois…
a “receita” é permitirmo-nos ser e estar… Contrariar a nossa tendência autómata e dedicar pelo menos alguns minutos diários a nos permitir sentir e a aceitar o estar…
O quê?
A vida, as cores, os cheiros, a temperatura, o barulho, a textura, o sabor, uma acção, etc. etc. etc.!
Todos os dias dirigir a algo, a alguém ou a nós um gesto!