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Autor: Sofia Alegria

Em tempos dizia que a maioria das tarefas pedagógicas acaba por ser enfadonha para as crianças e também para os pais. Muitas vezes a brincadeira é destinada apenas à criança, que fica na sala a brincar, enquanto a mãe faz o jantar e o pai põe a mesa. A maior fatia de interacção entre pais e filhos acaba por ser em actividades físicas e de pares. Contudo, existem outras actividades e brincadeiras que os pais podem propor para estimular não só o desenvolvimento da criança como também a relação entre ambos. Desafio-vos a tornarem as actividades diárias o mais estimulantes possível. Nada melhor que uma pitada de criatividade no aqui e no agora. E podem começar por estas três dicas simples.

Estimulem desde cedo o lado artístico do vosso filho. Ouçam todo o tipo de música com ele, cantem e dancem. Não importa que não sejam um talento nato em cada uma. Não importa o idioma das canções ou a coreografia da dança, importa sim que seja uma actividade conjunta e que permita à criança aumentar o conhecimento do seu corpo e o dos outros, bem como ir adquirindo algumas noções de socialização.

Desde sempre, crianças e lápis são duas imagens quase inseparáveis. Onde quer que vá, em qualquer situação, toda a criança parece gostar de rabiscar o que vê e sente. Se o vosso filho for um desses tenham sempre “à mão” lápis e papel. Tentem perceber se ele tem um preferido e desafiem-no com umas folhas de papel em branco. Também pode acontecer que ele só queira brincar com a folha. Se assim for, deixem-no estar. Afinal de contas, a obra de arte é dele.

Experimentem iniciar-se nas histórias e contos. Ler para e com o vosso filho é uma actividade que propicia o desenvolvimento a vários níveis: desde o manusear do objecto ao gosto pela leitura, que irá acompanhá-lo por toda a sua vida. Em que estão a pensar? Que não têm jeito? O foco não deve ser o vosso desempenho. Eis umas ideias de incentivo para se iniciarem – comecem por escolher histórias de que gostam; façam o exercício de pensar por que motivo são importantes, o que transmitem, o que sentem e se as mensagens estão de acordo com as que querem passar ao vosso filho. Ao contarem a história, façam diferentes tons de voz, consoante a conotação da personagem e/ou narrador. Aos poucos fá-lo-ão com muito mais naturalidade. De sentados à beira da cama, vão passar por andar à volta dela. De agarrados a um livro, vão passar a criar as vossas histórias e personagens. Criem um espaço e um contexto propícios. Se este já for um hábito, aproveitem um fim-de-semana mais relaxado para introduzir na rotina um pequeno espectáculo de marionetas. E, se possível, incluam toda a família.

Estas são apenas algumas ideias do que podem fazer em casa com o vosso filho. Acima de tudo, retirem máximo prazer do que fazem. Esse é o ensinamento número um. Libertem a criança que há em vocês!