Acaba de ser publicado um estudo da maior importância no momento da escolha da forma mais eficaz de intervenção na depressão. De facto, existem duas grandes linhas alternativas face a um diagnóstico clínico de depressão: a farmacologia (anti-depressivos) ou psicoterapia (habitualmente, e por reconhecimento científico, de natureza cognitivo-comportamental). Os profissionais de saúde mental contam com poucas orientações claras quanto à melhor forma de intervir, acabando por optar por uma análise de severidade: quanto mais grave a situação, maior a probabilidade de se intervir de imediato com ambas as situações.
Agora, num pequeno estudo que requer ainda ser replicado, descobriu-se que, analisando a actividade cerebral de quem esteja deprimido, se consegue determinar a linha de intervenção mais eficaz.
Uma baixa actividade na parte frontal da ínsula do lado direito do cérebro existe uma maior probabilidade de eficácia com psicoterapia de natureza cognitivo-comportamental. Se, por outro lado, a hiperactividade nesta área faz prever uma melhor resposta com farmacologia.
A ínsula é uma estrutura cerebral importante na regulação dos estados emocionais, na auto-consciência, tomada de decisão e outras tarefas cognitivas e a sua alteração funcional “acusa” os resultados no tratamento de depressão.
No futuro, talvez não muito distante, ao queixar-se de depressão junto de um qualquer profissional de saúde mental, psicólogo, psiquiatra ou neurologista, talvez lhe peçam uma análise de actividade cerebral para determinar se toma comprimidos ou faz psicoterapia!
Referência: Callie L. McGrath et al. Toward a Neuroimaging Treatment Selection Biomarker for Major Depressive DisorderTreatment-Specific Biomarker for Major Depression. JAMA Psychiatry, 2013