Autor: Tânia da Cunha
Se já olhou para si próprio como se fosse um jogo de espelhos, sabe que cada imagem refletida exagera certos aspetos da sua aparência física e minimiza outros. Cada vez que interagimos com outra pessoa, dá-se um processo semelhante. A outra pessoa relaciona-se consigo de uma forma que se adequa à imagem que ela tem de si.
As pessoas que o conhecem bem baseiam as suas opiniões nas experiências passadas que viveram consigo, incluindo o modo como se comporta quando está na companhia delas e aquilo que lhes revela acerca dos seus sentimentos. Quem o conhece apenas num ambiente específico ou numa dada função social, como o trabalho, forma opiniões a seu respeito com base no seu comportamento nesse ambiente, que podem ser definidas em parte por aquilo que os outros esperam de si. Finalmente, as pessoas que o encontram pela primeira vez formam opiniões a seu respeito com base no seu comportamento naquele preciso momento, e em estereótipos recolhidos das experiências delas com outras pessoas, cuja aparência física, postura, vestuário, discurso, são semelhantes aos seus.
Se transmitirmos uma imagem de alguém seguro, confiante, responsável, quem interage connosco tenderá a valorizar-nos mais, nesse sentido vão ouvir-nos com mais atenção, tendencialmente respeitar-nos-ão e estabelecerão uma comunicação positiva connosco. Pelo contrário, se a imagem que transmitirmos é de insegurança e baixa autoconfiança, tenderemos a ser menos valorizados, menos respeitados, por vezes até teremos dificuldade em que ouçam as nossas ideias, ou, se as conseguimos expor, muitas vezes são pouco valorizadas.
Habitualmente nota por parte dos outros uma grande tendência para a desvalorização e para crítica constante? Desafiamo-lo a experimentar um exercício:
– Pense em alguém que conheça e que considere ser uma pessoa confiante. Pense na sua postura, na expressão facial, nos seus gestos, na forma como se movimenta, no tom de voz, no modo como se dirige aos outros. Visualize essa pessoa numa situação à sua escolha. Agora visualize-se a si próprio a ser confiante tal como ela. Tente reproduzir com a primeira pessoa com quem interagir o tipo de comunicação que utilizou na sua visualização (a mesma postura, os mesmos gestos, o sorriso, o olhar, o tom de voz). Pode ir repetindo o exercício e registando as alterações que vão surgindo no dia a dia.
Em última análise, a imagem que transmitimos desempenha um papel crucial no modo como os outros vão mediar a comunicação que estabelecem connosco. Quem se sente pouco confiante transmite essa mesma imagem aos outros.