A preocupação é como a pressão arterial: todos precisamos dela num determinado nível, mas em demasia pode transforma-se em algo prejudicial para a nossa saúde. Então, é como se fosse algo que vai percorrendo a nossa mente, silenciosamente à procura de uma variedade infinita de cenários negativos para a nossa vida, influenciando o nosso bem-estar mesmo quando estamos com amigos ou com a família, isto porque vive com medo do que possa acontecer de errado.
O que é “preocupação”?
Podemos dizer que a preocupação é uma forma especial de medo, pois é o que fazemos com um medo simples, já que interfere com a parte do nosso cérebro chamada de córtex cerebral. Quando tornamos o medo mais complexo, acrescentamos antecipação, memória, imaginação e emoção.
A preocupação assume muitas formas, mas quase sempre deriva de uma sensação de vulnerabilidade e impotência. Muitos de nós encontram a fonte de preocupação fora de nós mesmos, acreditando que é desencadeada unicamente por experiências de vida: “O que está acontecer no mundo para me fazer sentir assim?” Estes pensamentos apenas aumentam a nossa sensação de vulnerabilidade. E, como qualquer um que viva num permanente estado de ansiedade sabe que, apesar de tudo parecer que está bem, a preocupação mantém-se, é como se surgisse um aperto que não permite relaxar e aceitar boas notícias.
Sabemos que a vida pode ser assustadora e insegura. Mas, muitas pessoas sofrem excessivamente porque não sabem como ou onde obter apoio. As ligações significativas que conseguimos estabelecer com os outros é muito importante para a nossa saúde emocional, além de que nos ajuda a sentir mais segurança e, assim, a reduzir a sensação de vulnerabilidade.
Ataques de pânico
Por vezes, o sistema de alarme do nosso cérebro confunde os sinais de perigo. Por isso ficamos em alerta com a probabilidade de surgir um ataque de pânico quando estamos perante um determinado estímulo.
Todos aqueles que já tiveram um ataque de pânico sabem como o corpo reage: a respiração rápida e o batimento cardíaco acelerado, as ondas de medo percorrem o corpo, a sensação emergente de querer sair dali! Por outras palavras, o pânico é a forma como o nosso sistema nervoso nos diz que temos de escapar, no entanto, quando surge de forma inesperada, sem um pré-aviso é algo simplesmente aterrador.
A Perturbação de Pânico pode conduzi-lo a variadas mudanças no quotidiano: isolar-se mais, evitar falar em público ou evitar situações onde é o centro das atenções. Por isso, procurar ajuda é fundamental para que, de uma forma gradual e segura se sinta capaz de se expor perante aquelas situações que mais o aterrorizam. Assim, diminui a intensidade da ansiedade e da preocupação face a determinados estímulos que despoletam o pânico.
Volte a treinar o seu cérebro
Lidar com a ansiedade de antecipação – as preocupações – requer um novo treino na forma como a nossa mente lida com estas situações.
Fale consigo próprio. Para os ansiosos, as frases saem incompletas e com cenários terríveis. E se tentasse mudar esse padrão automático?
Esteja atento aos seus pensamentos automáticos quando recebe uma notícia menos boa ou perceba algum perigo. Se puder, escreva-os, pois mais rapidamente vai perceber como são, de facto, muito exagerados. De seguida, encontre hipóteses alternativas que sejam mais lógicas.
Exercício e preocupação
Por mais simples que pareça, o exercício físico é o melhor tratamento anti-ansiedade natural. O exercício reduz a tensão, varre o excesso de frustração, melhora o bem-estar, melhora o sono, restringe a tendência a comer demais, auxilia na concentração e reduz a distração. Fazer exercício deve fazer parte de um plano para reduzir a ansiedade e controlar as preocupações.
Caso esteja num dia mau no trabalho, experimente subir e descer um lance de escadas cinco vezes. A sua mente estará menos preocupada quando voltar ao trabalho, pois esta mudança no corpo induzida pelo exercício físico relaxa a mente.
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